![José Serra - Agência Brasil](https://odia.ig.com.br/_midias/jpg/2018/04/21/21_joseserra-6503987.jpg?20201213143923)
A investigação criminal que levou à denúncia correu em sigilo por mais de um ano. Foram ouvidos relatos de dez executivos da Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS e obtidos documentos com a colaboração de instituições financeiras no exterior.
Parte dos fatos tornados públicos na denúncia do Ministério Público Federal estava sob apuração em outra frente de investigação civil, a cargo da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo, iniciada em 2017.
O inquérito civil, que ainda corre na esfera estadual, já havia detectado indícios de irregularidades do Rodoanel Sul e detalhado, inclusive, valores supostamente pagos pela Odebrecht a Serra, ao então secretário da Casal Civil, Aloyzio Nunes, e ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra - que morreu em 2014 após ser diagnosticado com um câncer no pulmão. Os valores seriam usados, segundo os autos, nas campanhas eleitorais dos tucanos.
Embora preceda a investigação da Lava Jato, o inquérito paulista não rendeu ação civil contra o tucano. Em agosto de 2018, houve conflito de atribuições depois que o 9º promotor do Patrimônio Público e Social, Ricardo Manuel Castro, assumiu o cargo.
A união foi desfeita por decisão do ex-procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Poggio Smanio, e os autos do inquérito civil contra Serra passaram exclusivamente para as mãos de Castro.
A reportagem pediu acesso à íntegra do inquérito civil para consultar o andamento dos trabalhos. Além disso, questionou se foram tomados depoimentos, firmadas colaborações com executivos investigados, formalizados pedidos de quebras de sigilo ou de abertura de processo contra o ex-governador.