Homem negro é espancado até a morte por policial e segurança do Carrefour
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o homem sendo violentamente agredido pelos agentes de segurança; caso aconteceu na véspera do Dia da Consciência Negra e gera revolta nas redes
Por O Dia
Rio - Um homem negro foi espancado até a morte por um policial militar e um segurança do Carrefour, dentro de uma das unidades do supermercado, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite desta quinta-feira - véspera do Dia da Consciência Negra. Os dois agentes de segurança foram detidos e presos em flagrante por homicídio qualificado. As informações são do portal GaúchaZH.
Tudo teria começado após um desentendimento entre a vítima, João Alberto Silveira Freitas, e uma caixa do supermercado. A Brigada Militar afirma que ele ameaçou agredir a funcionária e se recusou a deixar o estabelecimento. Testemunhas dizem que ele foi seguido e agredido no lado de fora.
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Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o homem sendo violentamente agredido pelos agentes que segurança, um de 24 anos e outro de 30 anos. Um dos vídeos mostra uma funcionária da loja defendendo a agressão e tentando fazer com que a pessoa parasse de filmar.
Bom dia twitter
Ontem um homem negro foi covardemente espancado até a morte por seguranças do maldito mercado Carrefour, no RS. E na véspera do dia da consciência negra.
Até quando?
O povo brasileiro deveria boicotar o Carrefour. Não comprar mais nada nessa empresa maldita. pic.twitter.com/dqybE4vCzG
Supermercado Carrefour. Seguranças assassinando covardemente um homem negro no dia da consciência Negra. Agressões são frequentes neste mercado! pic.twitter.com/LMenZSsLua
O caso, ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra, gerou revolta e pedidos por boicotes e protestos contra o Carrefour nas redes sociais.
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Em nota, o supermercado "lamentou profundamente" o caso e disse que iria tomar medidas cabíveis, como responsabilizar os criminosos, romper o contrato com a empresa que oferece a segurança, desligar o funcionário que estava no comando da loja no momento e oferecer suporte à família da vítima.
Já a Brigada Militar afirmou que prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, e destacou que ele não estava em horário de serviço quando cometeu o crime.
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Leia a íntegra das notas:
Carrefour
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"O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente.
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Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais."
Brigada Militar
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"Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei.
Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos.
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A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral."