Coronavac: vacina feita pelo laboratório chinês Sinovac e Instituto Butantan
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Coronavac: vacina feita pelo laboratório chinês Sinovac e Instituto Butantan Divulgação
Por Marina Cardoso
São Paulo - O governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram, na tarde desta quarta-feira, que a vacina CoronaVac, produzida em parceria com o laboratório farmacêutico Sinovac, apresentou eficácia suficiente para pedir registro de uso emergencial. Entretanto, os dados sobre a eficácia da vacina não foram divulgados, o que era esperado para a coletiva desta tarde.   
Entre os dados que não foram divulgados nesta tarde está a porcentagem da eficácia. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, ressaltou que foi um pedido do SinoVac, previsto em contrato. O objetivo é que antes os dados sejam comparados a resultados de análises em outros países. Isso porque o laboratório pretende evitar que a vacina tenha porcentagem distinta em diferentes lugares. 
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"Essa solicitação da Sinovac tem respaldo no contrato. Por isso, só podemos divulgar o número em conjunto, e iremos fazer no tempo oportuno. Esperamos que seja o mais rápido possível", explicou ele. 
Porém, o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, pontuou que a CoronaVac teve porcentagem superior ao valor mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50%.
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Ele, ainda, afirmou que essa divulgação em conjunto com o laboratório farmacêutico não vai prejudicar no processo de aprovação dos das vacinas. A avaliação deverá ser concluída em até 15 dias. Na sequência, os resultados finais serão encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à National Medical Products Administration, da China.
Embora sem apresentar detalhes, Covas afirmou que a vacina, na fase 3 de testes, é segura, fato que já havia sido divulgado anteriormente pelo governo de SP. "Nós atingimos um liminar da eficácia que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil ou na China", afirmou ele. 
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Apesar do atraso, o secretário Gorinchteyn disse que a vacinação no estado terá início no dia 25 de janeiro. Porém, para que o estado tenha início da campanha de vacinação é necessário a aprovação da vacina pela agência regulatória.
Questionados sobre as reações causadas pela vacina chinesa, Covas afirmou que os testes apresentaram baixa frequência de comportamentos adversos, como dor no local da injeção entre o grupo vacinal e o que recebeu o placebo, além de febre para algumas pessoas. 
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Vacina 
No Brasil, a vacina é desenvolvida pelo Butantan há pouco mais de seis meses. O produto é baseado na inativação do vírus Sars-CoV-2 para induzir o sistema imunológico humano a reagir contra o agente causador da Covid-19. A tecnologia é similar à de outras vacinas amplamente produzidas pelo instituto de São Paulo.

A fase final do estudo foi coordenada pelo Butantan em 16 centros de pesquisa científica de São Paulo, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O teste duplo cego, com aplicação da vacina em 50% dos voluntários e de uma substância inócua nos demais, envolveu 13 mil profissionais de saúde.
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Produção de doses

Até o final deste mês, o Butantan vai dispor de 10,8 milhões de doses da vacina em solo brasileiro. Nesta quinta-feira, um carregamento com insumos para 5,5 milhões de doses desembarca no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

Três remessas anteriores garantiram 3,12 milhões de doses ao Butantan. O novo carregamento é formado por 2,1 milhões de doses já prontas para aplicação e mais 2,1 mil litros de insumos, correspondentes a 3,4 milhões de doses. Os carregamentos finais de 2020 estão previstos para os dias 28, com 400 mil doses, e 30, com mais 1,6 milhão de doses.