Antonio Carlos de Almeida Castro, o KakayCarlos Humberto/STF
Por IG - Último Segundo
Publicado 04/05/2021 12:21
Rio - O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirma que existem muitas provas para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid analisar e concluir que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é responsável pela morte de milhares de brasileiros, na crise sanitária instalada durante a pandemia da covid-19.
“Eu não tenho nenhuma dúvida que nessa CPI, que o Brasil inteiro está mobilizado, nós teremos, fatalmente, um resultado para demonstrar a responsabilidade do Presidente, do ministro da Saúde e de outros agentes públicos ligados ao Presidente. É quase impossível a defesa do Presidente da República conseguir mostrar que não houve intenção dele em desprezar a crise sanitária e em politizá-la”, afirma Kakay.
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Para o advogado, as provas e documentos a serem analisados pela CPI vão indicar não apenas a irresponsabilidade de Bolsonaro diante da crise sanitária, mas, principalmente, um ato doloso, que deve ser respondido criminalmente.
“Em junho de 2020, quando [ele] tomava aquelas atitudes políticas de dizer que não existia o vírus, que não existia doença, que não precisava usar máscara, ser contra o lockdown, que podia aglomerar, já era uma irresponsabilidade, mesmo sem que tivéssemos noção do tamanho da crise. Agora, com a comprovação de que ele [Bolsonaro] deixou de comprar vacinas, aí já é um ato doloso, que faz com que ele tenha que ser responsabilizado criminalmente por isso”, diz o advogado.
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“Não vão ser apenas depoimentos e testemunhas. Há prova documental da negativa dele de comprar [vacinas] – aquele momento em que o Ministro da Saúde determinou a compra e que ele desautorizou por questão política. O ministro da saúde também terá que ser responsabilizado, porque o ministro da saúde é quem executa as ordens nessa área”, completa Kakay. “A comprovação da responsabilidade do presidente é acachapante. Tecnicamente, é absolutamente claro”.
Para Kakay, o presidente deverá ser imputado da culpa pelas mortes de, pelo menos, 150 mil brasileiros. “A responsabilidade é dele, e não apenas pela crise em si, nós vamos ter que responsabilizar pelas mortes mesmo. Todas as pessoas com mais de 50 anos que deixaram de tomar vacina e que já poderiam ter tomado, no mínimo a partir de dezembro, podem imputar a ele [Bolsonaro] a responsabilidade. As provas são abundantes”, finaliza.
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