'Querem impeachment desde o primeiro dia e isso vai contra a democracia', diz Paulo Guedes
Guedes defendeu 'civilidade' no ataque e na defesa, e disse que o governo atual 'não tem o objetivo de destruir o Brasil'
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a oposição quer o impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro, "desde o primeiro dia de governo". Em audiência na Comissão de Educação do Ministério da Economia, Guedes afirmou ainda que o chefe do Planalto "perde o respeito" por quem o desrespeita.
"A cada dia você nega o direito de governo, você quer o impeachment primeiro porque tem a acusação contra um filho, depois porque tem uma acusação contra os maus modos, depois porque a acusação é por causa da vacina. Mas o que você quer desde o início é o impeachment. Isso é o descredenciamento da democracia, é um absurdo", afirmou o ministro da Economia.
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Guedes defendeu "civilidade" no ataque e na defesa, e disse que o governo atual "não tem o objetivo de destruir o Brasil".
"O presidente tem uma regra pessoal que é 'respeite para ser respeitado'. Nunca o vi desrespeitar quem o respeita. Agora, se a oposição o desrespeita, bate com razão, sem razão e desrespeitosamente, ele perde o respeito por essa oposição", completou o ministro. "Alguém tem de quebrar essa escalada de desrespeito que não é boa para o País."
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Irritação
Guedes demonstrou irritação após comentários do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) a respeito de sua atuação no setor privado antes de entrar no governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, a política tem criado narrativas no sentido de incriminar quem agiu corretamente antes mesmo de entrar na área pública.
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Os comentários de Guedes foram uma resposta ao deputado, que durante audiência da Comissão de Educação da Câmara acusou o ministro de sucatear o ensino público para favorecer a educação privada.
Braga pontuou que a Operação Greenfield, lançada pela Polícia Federal para investigar desvios de recursos em fundos de pensão, teria indicado que Guedes captou, antes de entrar no governo, R$ 1 bilhão para investimentos na iniciativa privada.
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"O senhor não tem vergonha de, como ministro, trabalhar para sucatear a educação pública para beneficiar o setor privado? E de ter arrecadado mais de R$ 1 bilhão para estes investimentos no setor privado?", questionou Braga. "O descaso do senhor na área de educação é um projeto."
Em resposta, Guedes afirmou que sua atuação na área privada ajudou a criar o Ibmec - uma das instituições de excelência da educação privada brasileira. "Criei o Ibmec, ensino superior de qualidade, cobrando de quem tem dinheiro", disse Guedes, que lembrou ainda que hoje 75% do ensino superior brasileiro está concentrado em escolas particulares.
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Ao tratar especificamente da Greenfield, Guedes disse não ter "vergonha nenhuma" sobre sua atuação na área privada. "A política deforma tudo, cria imagens. Quando houve a intervenção da Greenfield, os interventores foram me agradecer. Porque, ao contrário dos partidos que estavam no poder, que roubaram os fundos de pensão, roubaram a Petros (fundo dos funcionários da Petrobras), roubaram o Postalis (Correios), a Funcef (Caixa), assaltaram as empresas estatais, ao contrário deste pessoal, os recursos que eu peguei eu devolvi três vezes o valor."
Diversos fundos de pensão foram, de fato, alvos de investigações por desvios de recursos durante os governos do PT. De acordo com Guedes, porém, sua entrada no governo de Jair Bolsonaro abriu margem para críticas infundadas sobre sua atuação no setor privado. "Nunca vim a Brasília pedir nada a ninguém, nunca financiei campanha de ninguém", disse. "Quem roubou está sendo inocentado hoje. Quem entrou no governo Bolsonaro está sendo acusado", completou.
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