O ex-governador Wilson Witzel fala à CPI nesta quarta-feira.Reprodução

Por O Dia
Durante depoimento na CPI da Covid nesta quarta-feira, 16, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel atacou Cláudio Castro (PL), atual governador, questionando o motivo de sua ida até Brasília na véspera da ação de busca e apreensão no Palácio das Laranjeiras, sede do governador no Estado, no ano passado. Castro era seu vice à época e, segundo Witzel, não contou a motivação da visita à capital.

“O vice-governador que me substituiu estava aqui em Brasília no dia da busca e apreensão dele. O que ele estava fazendo aqui ele não me contou até hoje e eu não autorizei ele vir aqui falar em meu nome. O vice-governador não faz nada sem o governador mandar”, disse Witzel.
Antes mesmo de o interrogatório começar na CPI da Covid, Witzel tentou elaborar uma defesa diante dos integrantes da comissão. Ele negou as acusações pelas quais foi retirado do cargo, resultado de um impeachment por corrupção na Saúde durante a pandemia. O ex-governador voltou a dizer que foi alvo de uma perseguição política, e cassado por um "tribunal de exceção".

Procurada pelo O DIA, a assessoria de imprensa do governador Cláudio Castro ainda não se posicionou.
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Witzel sugeriu, por exemplo, que seja quebrado o sigilo do seu vice e hoje governador do Rio, Cláudio Castro, aliado da família Bolsonaro. "Cláudio Castro estava em Brasília na véspera de buscas, isso merece quebra de sigilo", disse Witzel, para quem é necessário investigar quem estaria por "trás" do seu processo de impeachment, apontando para uma "máfia" na área da Saúde.
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Witzel afirmou que a CPI deveria aprovar a quebra de sigilo de organizações sociais de saúde do Estado, que administram UPAs e hospitais, para verificar para onde estão indo os recursos públicos. "Eu sai, mas as OS estão lá operando livremente", disse. "Empresário Edson Torres é criminoso contumaz e está solto", afirmou Witzel sobre o empresário apontado como operador econômico do escândalo envolvendo desvios de recursos na saúde do Rio.

"Fiz auditoria em organizações sociais, maior máfia no RJ é na saúde. Meu impeachment foi financiado por organizações sociais e alguém recebeu dinheiro. Quem recebeu dinheiro para meu impeachment pode ser do sistema do Judiciário", disse também o ex-governador.
*Com informações do Estadão Conteúdo