Publicado 23/06/2021 11:30 | Atualizado 23/06/2021 14:14
Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, revelou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi avisado por ele a respeito das irregularidades no contrato de compra de vacinas da Covaxin por parte do Ministério da Saúde. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Em entrevista, Miranda diz que "no dia 20 de março fui pessoalmente, com o servidor da Saúde, que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele [Jair Bolsonaro]".
Em entrevista, Miranda diz que "no dia 20 de março fui pessoalmente, com o servidor da Saúde, que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele [Jair Bolsonaro]".
O deputado federal é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, que relatou ao MPF (Ministério Público Federal), em depoimento no dia 31 de março, ter sido pressionado para assinar o contrato.
"Confio tanto nele, no combate a corrupção, que levei a ele [Bolsonaro]. Quando vi a corrupção ali, clara, pelo menos os indícios era de que havia algo errado ali, levei ao presidente da República", explicou o parlamentar em áudio divulgado pelo Antagonista.
Miranda informou que o contrato foi repassado a Bolsonaro após a assinatura do acordo e esperava que o presidente o revogasse. Segundo o deputado, o presidente informou que ligaria para a Polícia Federal. "É grave, obrigado por trazer para mim isso. Entrarei em contato com o delegado da PF para encaminhar uma denúncia", teria dito Bolsonaro.
Miranda informou que o contrato foi repassado a Bolsonaro após a assinatura do acordo e esperava que o presidente o revogasse. Segundo o deputado, o presidente informou que ligaria para a Polícia Federal. "É grave, obrigado por trazer para mim isso. Entrarei em contato com o delegado da PF para encaminhar uma denúncia", teria dito Bolsonaro.
"Confiei nele, o chefe do executivo. Cabe agora verificar se o presidente tocou a denúncia, se foi feito, porque convencido de que tinha algo errado, ele estava", finalizou Miranda.
Luis Miranda e seu irmão serão ouvidos pela CPI da Covid no Senado na sexta-feira (25).
Sequência de compras
Além disso, o Ministério da Saúde também encaminhou à Precisa Medicamentos um ofício pedindo a compra de mais 50 milhões de doses da vacina Covaxin, menos de dez dias após fechar a compra das 20 milhões de doses - contrato no valor de R$ 1,6 bilhão. A pasta encaminhou, no dia 6 de março, o Ofício nº 561 do Ministério da Saúde com o tema “Aquisição de 50 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 adicionalmente aos Contratos celebrados entre a União e a empresa Bharat Biotech Limited International, representada pela empresa Precisa Comercialização de Medicamentos Ltda”.
Além disso, o Ministério da Saúde também encaminhou à Precisa Medicamentos um ofício pedindo a compra de mais 50 milhões de doses da vacina Covaxin, menos de dez dias após fechar a compra das 20 milhões de doses - contrato no valor de R$ 1,6 bilhão. A pasta encaminhou, no dia 6 de março, o Ofício nº 561 do Ministério da Saúde com o tema “Aquisição de 50 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 adicionalmente aos Contratos celebrados entre a União e a empresa Bharat Biotech Limited International, representada pela empresa Precisa Comercialização de Medicamentos Ltda”.
Nove dias depois, em 15 de março, o ministério volta a pressionar a empresa por mais vacinas por meio de um novo ofício "solicitando a antecipação do máximo possível de doses ao Brasil".
A informação está na Nota Informativa Nº 24 do Ministério da Saúde enviada à CPI da Covid, que atende a um pedido do vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde ainda não se pronunciaram sobre o assunto.
Indícios de crime
O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin e pediu que o caso seja investigado na esfera criminal. Até então o caso vinha sendo apurado dentro de um inquérito que tramitava na esfera cível.
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