Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)AFP

Brasília - Enquanto setores do mundo político ainda consideram a possibilidade de uma ruptura institucional, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rechaçou na manhã desta sexta-feira, 27, a hipótese de que possa embarcar em um golpe de Estado. "Estão dizendo que quero dar golpe. São idiotas, já sou presidente", declarou o chefe do Executivo a apoiadores aglomerados sem máscaras de proteção contra a covid-19 em frente ao Palácio do Planalto.
Contudo, o próprio Bolsonaro já disse mais de uma vez que as eleições de 2022 poderiam não ocorrer sem a adoção do voto impresso, proposta do governo derrotada na Câmara. Além dele, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, fez a mesma ameaça ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor, como revelou o Estadão/Broadcast.
Novamente convocando simpatizantes para as manifestações marcadas para 7 de setembro, o presidente disse que fará um discurso mais longo no ato da Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo Bolsonaro, os atos vão mostrar para o mundo "que o Brasil está sofrendo". "O que está em risco é o futuro de vocês e a minha vida física. Tem uma van ali para evitar o Sniper (atirador). É o tempo todo essa preocupação do que pode acontecer", afirmou.
Mantendo sua posição de confronto com outros Poderes, Bolsonaro afirmou que não pode sofrer interferências de outros entes da federação. "Não quero interferir do lado de lá, nem vou, mas precisam me deixar trabalhar do lado de cá. "Está difícil governar o país dessa forma", declarou, desferindo novos ataques indiretos, ainda, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não pode um ou dois caras estragar a democracia no Brasil. Começaram a prender na base do canetaço, bloquear redes sociais. Agora o câncer já foi para o TSE. Temos que colocar um ponto final nisso".
Vacina
O chefe do Executivo ainda voltou a falar do suposto tratamento precoce contra a covid-19 - "deu certo para mim e para muita gente" - mesmo sem comprovação científica de eficácia, e reiterou ataques à Coronavac. "Essa vacina, estão vendo que é uma… Não precisa nem falar".