Ministro da Economia, Paulo GuedesMarcelo Camargo/Agência Brasil
As contas offshores foram descobertas em uma investigação jornalística chamada Pandora Pampers, que descobriu mais de 1,8 mil contas brasileiras em paraísos fiscais. Embora não sejam ilegais, os proprietários devem declarar offshores à Receita Federal no Brasil.
"Eu e os demais líderes da oposição na Câmara vamos acionar o MPF para que Paulo Guedes e Roberto Campos Neto sejam investigados por manterem empresas num paraíso fiscal. A legislação brasileira proíbe que membros da cúpula do governo mantenham esse tipo de negócio", disse Freixo.
Segundo as investigações, Guedes abriu uma conta no banco Crédit Suisse, em Nova York, com 9,55 milhões de dólares. Na época, esse valor equivalia a R$ 23 milhões. Hoje, ele é convertido para R$ 51 milhões.
Por meio de sua assessoria, Guedes afirmou que "toda a atuação privada, anterior à investidura no [atual] cargo, foi devidamente declarada à Receita Federal e aos demais órgãos competentes, o que inclui a sua participação societária na empresa mencionada".
Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, era dono da Cor Assets S.A., uma offshore localizada no Panamá, outro paraíso fiscal. Campos Neto teria aberto a empresa em 2004, com capital de US$ 1,09 milhão, o equivalente a R$ 3,3 milhões na época.
Entretanto, a empresa teve sua operação encerrou suas operações em 2020, um ano e meio após Campos Neto assumir o comando do BC.
Dessa forma, ele poderia ter sido enquadrado no artigo 5º do Código de Conduta, mas isso não aconteceu. No Banco Central, Campos Neto tem acesso a informações importantes, como câmbio e taxas de juros, que podem afetar seus investimentos no exterior.
Em nota, Roberto Campos Neto informou que "as empresas estão declaradas à Receita Federal e foram constituídas há mais de 14 anos com rendimentos obtidos ao longo de 22 anos de trabalho no mercado financeiro, decorrentes, inclusive, de atuação em funções executivas no exterior". "Não houve nenhuma remessa de recursos às empresas após minha nomeação para função pública. Desde então, por questões de compliance, não faço investimentos com recursos das empresas. Questões tributárias não são atribuição da minha função pública", minimizou. Ele disse ainda que declarou ser proprietário da Cor Asset quando foi sabatinado no Senado antes de assumir o cargo no Banco Central.
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