An activist from the Rio de Paz human rights group holds a placard that reads 'Where did we go wrong?' amidst white scarves representing people who died of COVID-19, in front of the National Congress in Brasilia, Brazil, on October 18, 2021. - Brazil on October 8 surpassed 600,000 deaths from Covid-19, the health ministry said. (Photo by EVARISTO SA / AFP) CaptionAFP
A mãe da jovem tinha comorbidade, devido ao transplante de rim pelo qual havia passado. Após ser internada com a doença, ela passou oito dias intubada e veio a óbito. Dois dias depois, seu pai, que fazia tratamento de câncer, foi internado com covid-19. Apesar de ter se recuperado, a doença fragilizou seu sistema imunológico, agravando seu quadro e impedindo o tratamento do câncer. Ele passou 13 dias internado e, em seguida, veio a óbito.
“A gente não teve nem tempo de sofrer pela minha mãe. Minha mãe tinha falecido há dois dias e eu já tive que estar com o meu pai no hospital. Não podia ficar chorando no hospital na frente do meu pai, tinha que mostrar força”, disse a jovem em tom embargado. Veja:
Giovanna Gomes, jovem de 19 anos, fala sobre como foi perder os pais para a Covid e ganhar a guarda da irmã de 10 anos.
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“Como você vai falar para uma idosa de 71 anos que confia no convênio que aquele remédio que o médico mandou para ela, para cuidar dela, não estaria fazendo efeito?”, disse aos senadores. Assista:
"Como você diz para uma idosa que confia no médico que o remédio que foi medicado não tem eficácia?", conta Katia Shirlene, orfã da Covid.
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Segundo Katia, poucos dias depois do início do tratamento a saturação de sua mãe começou a oscilar e, após levá-la a uma unidade de saúde da Prevent, nenhum exame específico foi feito. Segundo o médico, só com a saturação abaixo de 90% seria possível a realização de algum exame mais “profundo”.
Após uma piora no quadro de sua mãe, Katia retornou novamente ao hospital e, lá, descobriu que 50% do pulmão de sua mãe já estava comprometido. No mesmo dia, o pai que estava internado em um hospital público, faleceu.
“No dia em que meu pai faleceu, foi o pico da segunda onda da pandemia. Quando minha irmã chegou ao necrotério não estavam encontrando o corpo do meu pai, eram muitos corpos naquele necrotério. O rapaz que era responsável pediu ajuda dela para procurar o corpo do meu pai”, conta.
Com o agravamento do quadro de sua mãe, a mesma também faleceu vítima da covid-19 no dia 26 de abril deste ano. Segundo a depoente, durante o tratamento de sua mãe, médicos da Prevent fizeram uso de medicamentos como a flutamida sem o seu consentimento.
“Por isso que quando vemos um presidente da República imitando uma pessoa com falta de ar, isso para nós é muito doloroso (...) Esse lugar representa para mim uma vitória, porque eu sei que a justiça vai acontecer. Não são só números, são pessoas. O sangue dessas mais se 600 mil vítimas escorre nas mãos daqueles que subestimaram esse vírus”, disse Katia, que também pediu a todos que se vacinassem, lembrando que seus pais não tiveram essa oportunidade.
Márcio Antônio, pai de vítima da covid, conta como foram os últimos momentos com o filho.
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Pensão para órfãos da Covid
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