Entre as pessoas de 18 anos ou mais, 94,8% se declararam heterossexuais; 1,2% homossexuais; 0,7% bissexuais; 1,1% não sabiam sua orientação sexual; 2,3% não quiseram responder; e 0,1% declararam outra orientação sexualDivulgação
Segundo o relatório, que vai ser lançado nesta quarta-feira, 11, os alvos mais comuns foram gays (48,9%) e mulheres transexuais e travestis (43,9%). O dossiê é baseado em levantamento em notícias encontradas em jornais e portais eletrônicos, por causa das lacunas de estatísticas oficiais sobre esses crimes.
Para Alexandre Bogas, diretor executivo da Acontece , Arte e Política LGBTI+, os números refletem não apenas os casos mais extremos, mas também o cenário de preconceito contra essa parcela da sociedade e o descaso do poder público.
O levantamento destaca ainda a quantidade de mortes violentas na população LGBTI+. Nesta conta, entram também, por exemplo, os suicídios. Conforme os pesquisadores, essas mortes também refletem o problema estrutural. Foram, no total, 316 mortes violentas de pessoas dessa comunidade, uma a cada 27h, incluindo homicídios, suicídios, entre outros.
LGBTIfobia
De acordo com Bogas, a análise dos dados também expõe a crueldade dos casos e o ódio como motivação. "Ocorre muita pedrada e facada. Isso reflete a LGBTfobia estrutural", avalia.
O documento apresenta ainda uma tendência de crescimento no total de mortes violentas reportadas de LGBTI+, mas a avaliação de que isso está ligado também à atenção maior dos movimentos organizados e da própria mídia ao assunto. Em 2000, por exemplo, foram 130 mortes violentas relatadas.
Jovens de 20 a 29 anos foram as principais vítimas, com 30,4% eram das vítimas nessa faixa etária. O dossiê ainda destaca as mortes de defensores de direitos humanos LGBTI+. Foram nove no ano passado, ante sete em 2020. O Centro-Oeste aparece como a macrorregião mais violenta, com 2,15 mortes violentas a cada milhão de habitantes, seguida do Nordeste (2,01), do Norte (1,69), do Sudeste (1,15) e do Sul (0,92).
As entidades listam, no dossiê, medidas que ajudariam a garantir a segurança dessa população. Entre elas, combater a impunidade e a subnotificação dos casos de abuso e violência; garantir políticas específicas para profissionais do sexo, moradores de favela e da periferia, pessoas em situação de rua, detentos e egressos das prisões.
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