Rio — A Petrobras anunciou na manhã desta segunda-feira, 20, que o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, ficará como presidente interino da estatal após a saída de José Mauro Coelho do cargo nesta manhã, após pressões de parte do governo e dos seus aliados.
Agora, o Conselho de Administração da empresa deverá se reunir para nomear o indicado do governo, Caio Paes de Andrade, como membro do Conselho para que ele possa assumir a presidência e promover mudanças na diretoria, como quer o presidente Jair Bolsonaro.
José Mauro foi o terceiro executivo que passou pela presidência da estatal na gestão de Bolsonaro. O presidente mencionara no último domingo, 19, a intenção de propor a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. No entanto, com a saída de Coelho, Bolsonaro deve deixar de lado a ideia.
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) expressou nesta segunda-feira, seu ceticismo em relação à possibilidade de se instalar uma CPI para investigar a Petrobras sobre a alta dos combustíveis.
"Acho que não vai nem andar isso aí. Não tem nem tempo. Estamos aí em fase quase eleitoral", declarou o general da reserva a jornalistas no Palácio do Planalto. "Acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento", acrescentou.
Terceira troca
Coelho é o terceiro presidente a ser demitido durante o governo Bolsonaro. O Ministério de Minas e Energia havia indicado Adriano Pires para a presidência da Petrobras e Rodolfo Landim para a presidência do Conselho de Administração em 28 de março. Porém, ambos negaram a oferta.
Vale lembrar que no dia 23 de maio, a estatal já havia anunciado a demissão de José Mauro Coelho da companhia e cotado o secretário de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade assumir a presidência.
O economista Roberto Castello Branco foi o primeiro a assumir o comando da estatal na gestão de Bolsonaro, indicado logo após as eleições de 2018. Castelo Branco, foi nomeado para o assumir em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro 2021 pelo presidente que, na época, alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços dos combustíveis.
O general Joaquim Silva e Luna substituiu Castello Branco. O militar assumiu o cargo em abril de 2021. Após 343 dias, o Silva e Luna foi demitido em março deste ano. Com a saída de Coelho, a Petrobras terá quatro presidentes em menos de dois anos.
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