Castello Branco não deu detalhes sobre os supostos crimes cometidos perlo presidente Jair BolsonaroPaulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia

A troca de mensagens em um grupo fechado entre Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, e Rubens Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, elevou a temperatura nos bastidores da política em Brasília. Primeiro executivo a comandar a petroleira no Governo Bolsonaro, Castello Branco disse que em seu celular corporativo havia material que poderia incriminar Jair Bolsonaro (PL). A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles.
A afirmação se deu após Novaes acusar o ex-presidente da Petrobras de atacar a gestão do governo federal. “Se eu quisesse atacar Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perda de bilhões de dólares para seus acionistas [da Petrobras], sou insistentemente convidado pela mídia para dar a minha opinião. Não aceito 90% [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”.
Em seguida, Castello Branco, parte para o ataque. “No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, escreveu o ex-presidente da estatal, porém sem detalhar que crimes Bolsonaro teria cometido.
O grupo fechado em que se deu a troca de mensagens se chama “Economistas do Brasil”. Durante a discussão, o ex-presidente da Petrobras disse que Bolsonaro era “psicopata”, citando a teoria conspiratória apresentada pelo chefe do Executivo: “Já ouvi do seu presidente que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”.
Castello Branco disse ainda que no celular corporativo havia mensagens de Bolsonaro cobrando que a Petrobras não reajustasse os preços dos combustíveis. Segundo o ex-presidente da estatal, ele simplesmente ignorava os pedidos.
Indicado pelo ministro Paulo Guedes, Castello Branco foi o primeiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro. Sua queda ocorreu por conta da insatisfação do chefe do Executivo com a política de preços da estatal. Pela mesma razão, caíram Joaquim Silva e Luna e José Mauro Pereira Coelho.
Rubens Novas não quis comentar o teor das mensagens, pois elasse deram "em um grupo fechado". Castello Branco também preferiu não falar. “Até porque me desfiz das provas”, justificou.