Lula participa de ato político em BrasíliaEVARISTO SA / AFP

São Paulo - O PT elaborou uma série de instruções de segurança aos apoiadores que participam nesta terça-feira, 12, do ato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília. As orientações recomendam precauções como "não aceitar provocações de bolsonaristas infiltrados", tirar fotos e gravar "situações de ameaça" e andar em grupos. A preocupação com a segurança acontece três dias depois de o guarda municipal petista Marcelo Arruda ter sido morto a tiros pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.

O pré-candidato do PT à Presidência vai participar nesta terça e na quarta-feira, 13, de eventos com apoiadores e reuniões com políticos aliados para reforçar sua tentativa de voltar ao Palácio do Planalto. Está previsto para às 17 horas de hoje um evento no centro de convenções Ulysses Guimarães com apoiadores do ex-presidente. O ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice do petista, Geraldo Alckmin (PSB), também vai participar.

O evento também será o primeiro de Lula com o pré-candidato ao governo do Distrito Federal, Leandro Grass (PV), que representará a federação PT-PCdoB-PV na disputa pela sucessão do governador Ibaneis Rocha (MDB). Antes do evento no centro de convenções, Lula vai se reunir com empresários da Confederação Nacional de Comércio (CNC) e receber um documento com sugestões do setor.

Presidentes dos partidos que vão apoiar Lula, como PSB, Solidariedade, PCdoB, PSOL e Rede, além do próprio PT, participarão de uma reunião nesta tarde com o procurador-geral da República, Augusto Aras, quando vão entregar um pedido para federalizar as investigações envolvendo o assassinato de Marcelo Lula não deve participar da entrega da ação.
Aras avalia que não há margem para retirar as apurações do Paraná e deve frustrar o pedido dos dirigentes partidários. O chefe da PGR disse a aliados que o caso foi um crime comum e que a Justiça local tem capacidade de lidar.

Na quarta, os presidentes dos partidos também vão se reunir com o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que será o presidente da Justiça Eleitoral durante as eleições deste ano. No encontro, os dirigentes vão entregar um "memorial sobre a violência política contra a oposição no Brasil" e pedir iniciativas do TSE para garantir "eleições pacíficas".

Na quarta, 13, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), irá receber Lula e senadores petistas na residência oficial da presidência do Senado. O mineiro procurou afastar qualquer tipo de caráter eleitoral e disse que a conversa com Lula será algo institucional.

"Vejo como um encontro natural, institucional e importante para a demonstração de que as instituições neste país conversam, dialogam. Podem não convergir sempre, mas que há um ambiente de diálogo e de muito respeito mútuo entre todos", disse em entrevista coletiva na segunda-feira, 11.

Pacheco também recebeu em abril o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, e seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE). O PSD decidiu que vai liberar os diretórios estaduais da legenda para apoiarem quem preferirem. Integrantes importantes do partido, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o pré-candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil, já declararam apoio ao petista. Por outro lado, o partido presidido por Gilberto Kassab fechou aliança com o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).