A falta de pessoal é um dos problemas enfrentados para a realização do Censo 2022Arquivo / Agência Brasil

O Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou nesta segunda-feira, 1º, em todo o Brasil. No Estado do Rio de Janeiro, foram abertas mais de 16.155 vagas para que agentes do instituto consigam coletar as informações sem impactar o cronograma do órgão. A estimativa é de que sejam visitados mais de seis milhões endereços nos 92 municípios fluminenses.
“Estamos finalizando a rodada de contratação dos recenseadores que fizeram a nova rodada de treinamento, terminando de distribuir todo o material e fazendo a comunicação com os equipamentos de coleta. A expectativa é que se intensifiquem os trabalhos cada vez mais, até o final dessa semana”, disse o Coordenador Operacional do Censo no Rio de Janeiro, Gabriel Barros.
O cronograma será o mesmo estipulado para todo o país. As entrevistas ocorrerão durante os próximos três meses. O prazo para encerramento do trabalho de campo é 31 de outubro. Os primeiros resultados estão previstos para serem divulgados ainda no fim do ano.
Segundo os dados do instituto, além dos setores censitários urbanos e rurais, também serão visitados no Estado quatro terras indígenas e 11 grupamentos indígenas, 18 localidades quilombolas e 35 agrupamentos.
Para áreas urbanas consideradas de risco, como as favelas, foram conduzidas duas ações. A primeira se dá durante o próprio processo seletivo, no qual o instituto abriu vagas para que os candidatos pudessem se inscrever especificamente para essas localidades. De acordo com o IBGE, mesmo que a maior parte dos selecionados seja formada por moradores das comunidades, pessoas que residem em outras áreas foram selecionadas. Escolhendo no ato da inscrição onde atuarão, agentes já possuem conhecimento dos riscos sobre a área em que vão trabalhar.
Na segunda ação, o IBGE entra em contato com as associações de moradores, para realizar um trabalho de acompanhamento e coleta de dados prévio, a fim de saber quais são os melhores horários para que os recenseadores entrem em favelas e áreas controladas por milícias para entrevistar os moradores nos domicílios.
Uma novidade no Censo deste ano é o planejamento em parceria com três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para chegar às populações de terras indígenas, quilombolas e refugiados, além do apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A coleta domiciliar nas áreas indígenas está programada para começar no dia 10, e a dos territórios quilombolas, semana seguinte. Antes, os agentes realizam um dia de treinamento específico, aprendendo boas práticas de abordagem e diálogo. O IBGE também faz o contato prévio com líderes comunitários, políticos e religiosos desses agrupamentos, para facilitar o acesso dos recenseadores.
Além disso, foi idealizado um questionário que, além de perguntas básicas, há perguntas específicas que buscam identificar as práticas de caça, além de conhecer e entender quais são os ritos religiosos de cada aldeia e povo.

“A gente pede a autorização da Funai, segue todos os protocolos relacionados à vacinação como a vacina da Febre Amarela e Covid-19. Além de realizar, constantemente, testagens”, explicou Gabriel Barros.
As entrevistas para a construção do Censo deveriam ter sido realizadas em 2020, mas foram suspensas por causa da pandemia de coronavírus e de cortes orçamentários. Neste ano, completam-se 150 anos do primeiro recenseamento feito no país.