Publicado 19/01/2023 08:12 | Atualizado 19/01/2023 09:28
Quase uma semana após o desaparecimento de integrantes da mesma família no Distrito Federal, as polícias do DF, de Goiás e de Minas Gerais ainda tentam esclarecer o que exatamente aconteceu com oito pessoas. Há ao menos duas linhas de investigação.
Na última terça-feira, 17, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu três homens suspeitos de participação na morte de seis pessoas: a cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, e os três filhos, Rafael e Rafaela, de 6 anos, e Gabriel, de 7 anos; sua sogra, Renata Juliene Belchior, de 52; e Gabriela Belchior de Oliveira, de 25, filha de Renata.
A investigação envolve as polícias de diferentes estados, uma vez que a família morava no Distrito Federal, mas dois veículos com seis corpos carbonizados foram encontrados em Goiás (quatro no carro que pertencia a Elizamar em Cristalina) e Minas (dois no veículo achado em Unaí, que pertencia ao sogro da cabeleireira). A polícia acredita que os corpos são dos desaparecidos, mas ainda aguarda o resultado de exames de identificação por meio de DNA.
Na tarde de quarta-feira, 18, mais um corpo foi encontrado, dessa vez na casa que serviu de cativeiro para integrantes da família, em Planaltina (GO).
Participação de marido e sogro no crime está sob apuração da polícia
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a versão contada em depoimento por Horácio Barbosa, um dos presos no caso. "As investigações prosseguem no intuito de verificar a versão apresentada, isto é, se o pai das crianças e o avô estão vivos e se realmente foram coautores do hediondo crime", afirmou o delegado-chefe da 6.ª DP, Ricardo Viana. Segundo o delegado, os homens presos teriam recebido R$ 100 mil para praticar o crime e "um deles indicou a participação do pai das crianças e também do avô nos dois crimes citados".
Em seu depoimento, Horácio Barbosa disse à polícia que ele e Gideon Batista de Menezes, outro preso no caso, teriam sido contratados por Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, marido de Elizamar, e Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, pai de Thiago, para matar a cabeleireira e também para sequestrar Renata e Gabriela, mulher e filha de Marcos respectivamente.
Ainda segundo Horácio, Marcos e Thiago estariam interessados em R$ 400 mil que Renata havia recebido da venda de uma casa e em R$ 100 mil de um empréstimo que Elizamar havia contraído para investir em seu salão.
Marcos e Thiago estão desaparecidos. De acordo com a PCDF, a ocorrência do desaparecimento deles foi registrada no domingo, 15, juntamente com o de Renata e Gabriela. O delegado Viana afirma que "os dois, que constavam como desaparecidos, teriam participado efetivamente do crime e depois fugido".
Vítimas
A Polícia Civil de Goiás, no entanto, tem uma outra linha de investigação que aponta que Marcos e Thiago também estariam mortos, além de outras duas mulheres ligadas a eles, também consideradas desaparecidas.
De acordo com o delegado Rilmo Braga, coordenador da força-tarefa criada em Goiás para investigar o caso, além da tese de homicídio encomendado, os fatos apontavam para um sequestro ou um falso sequestro que teria dado errado, resultando na morte de toda a família.
Nessa linha de investigação, Thiago e Marcos poderiam ter planejado o sequestro dos familiares e, por algum motivo, teriam também sido mortos pelos comparsas.
Em uma outra linha, Thiago e Marcos seriam as vítimas do sequestro, junto com Renata e Gabriela, e todos teriam ficado no mesmo cativeiro e sido mortos.
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