Anderson Torres vai prestar depoimento Marcelo Camargo / Agência Brasil
Publicado 23/01/2023 11:40 | Atualizado 23/01/2023 11:48
O depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi suspenso nesta segunda-feira, 23. Na semana passada, a Polícia Federal (PF) havia solicitado o depoimento para esta manhã, a pedido da defesa de Torres, mas ainda não houve autorização judicial. Uma nova data foi marcada para o dia 2 de fevereiro.
O pedido foi oficializado na última quinta-feira, 19, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito. No entanto, o ministro ainda não tinha autorizado a medida.  
Torres segue preso no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará. Ele é investigado por omissão diante os atos terroristas praticados por bolsonaristas no dia 8 de janeiro. Até então o ex-gestor chefiava a Segurança Pública do DF. Ele nega as acusações.
Uma outra tentativa foi feita na última quarta-feira, 18, mas Torres ficou em silêncio. A defesa alega que não teve acesso aos inquéritos onde o ex-secretário é investigado e que ele só "esclarecerá sob tudo que lhe for perguntado tão logo a defesa tenha acesso aos autos".
A ordem de prisão contra o ex-secretário foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após a decisão, Torres, que estava de férias nos Estados Unidos, embarcou na noite do dia 13 de volta para o Brasil e foi detido ainda no Aeroporto de Brasília.

Além do ex-secretário, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o ex-secretário de Segurança Pública em exercício, Fernando de Sousa Oliveira; e o ex-comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), Fábio Augusto Vieira também são alvos das investigações de atos antidemocráticos do STF.
Minuta golpista
Enquanto estava nos Estados Unidos, a Polícia Federal realizou um mandado de busca e apreensão na casa de Anderson Torres, após o decreto de prisão de Alexandre de Moraes.

A corporação encontrou uma minuta de decreto para o ex-presidente Jair Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A medida serviria para mudar o resultado das eleições de 2022.

Anderson Torres justificou dizendo que a minuta estava em uma "pilha para descarte" e que o documento foi "vazado fora de contexto".

"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP", escreveu nas redes sociais.

"O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro", completou.
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