Oitiva aconteceu na manhã desta quarta-feira, no 4° Batalhão da Polícia Militar do Distrito FederalMarcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres ficou calado durante o depoimento na manhã desta quarta-feira, 18, à Polícia Federal (PF) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A assessoria do órgão confirmou que Torres optou por permanecer em silêncio.
Interlocutores do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem que essa estratégia foi adotada porque a defesa do ex-ministro não teve acesso à investigação. A oitiva de Torres, que aconteceu no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF, durou cerca de uma hora, mas ele respondeu apenas que "não tem nada a declarar", disseram fontes ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O delegado Alexandre Camões Bessa, que comanda a investigação dos atos antidemocráticos, conduziu o interrogatório.
O Broadcast Político informou na última segunda-feira, 16, que Torres vinha se preparando para negar ter conhecimento de que os atos do dia 8 pudessem escalar para uma violência ao ponto em que chegaram, com invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes. Contudo, o pool de advogados avaliou, desde então, que esse discurso poderia não ser bem recebido, já que o Ministério da Defesa enviou um alerta de segurança à SSP-DF no dia anterior, 7 de janeiro.
Além de se explicar sobre a falha na segurança durante os atos, Torres também foi questionado no depoimento sobre o documento encontrado em sua casa pela PF que vem sendo chamado de "minuta do golpe". O texto fala em instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o resultado das eleições.