Brasília - A 3ª Promotoria de Justiça Criminal de Águas Claras e a Unidade Especial de Criptoativos do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), em parceria com a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil do DF deflagraram, nesta terça-feira, a 'Operação Hipócrates'. O objetivo é apurar a comercialização não autorizada de cursos preparatórios para estudantes de medicina em todo o país.
Segundo as investigações, há evidências da existência de um complexo esquema criminoso que, por meio de ferramentas tecnológicas, extrai clandestinamente os arquivos das videoaulas disponibilizados na plataforma online da empresa vítima e, em seguida, vende o conteúdo na internet a preços muito abaixo dos praticados. A empresa que é proprietária do conteúdo estaria tendo um prejuízo estimado em mais de R$ 117 milhões.
Ainda conforme os órgãos, o alvo da operação é um experiente hacker que utiliza operações financeiras em criptoativos para camuflar o delito e ocultar o dinheiro obtido com o crime. Em razão disso, o MPDFT realizou pedidos na justiça que autorizaram o acesso e apreensão de carteiras de criptoativos, físicas (Paper Wallets e Cold Wallets) ou virtuais (Hot Wallets); de criptoativos existentes em corretoras/exchanges; e das “Seed Words/Recovery Phrases/Seed Phrases”, inclusive com a possibilidade de reconstituição das chaves privadas e controle de eventuais chaves reconstituídas."
Além disso, decisão judicial também aceitou o pedido do MPDFT para determinar o bloqueio de todos os ativos virtuais eventualmente existentes na Corretora “Binance” e na “Local Bitcoins”. A Justiça autorizou ainda a conversão em reais dos criptoativos na Stablecoin USD Coin (USDC), que estão expressos em dólares. A permissão de transferência de ativos para o MPDFT ou a Polícia Civil também foi deferida.