Moro foi alvo de facção criminosaMarcello Casal Jr/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 22, uma operação para cumprir 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em São Paulo, Paraná, Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. A ação, chamada de Sequaz, investiga suspeitos de planejar matar e sequestrar servidores públicos e autoridades. O senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou, nas redes sociais, que era um dos alvos do grupo criminoso. Até o momento, nove pessoas foram presas.
De acordo com a corporação, os "ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná". Os atentados eram planejados desde o ano passado, e os planos partiam de uma retaliação de integrantes de uma facção criminosa por causa de uma portaria do governo que proibia visitas íntimas em presídios federais. A restrição passou a valer a partir de 2021.
A facção atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente. Quando era ministro de Segurança Pública, Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcola, e de outros integrantes para presídios de segurança máxima. Na época, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.
Os criminosos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Moro. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção, apontam os investigadores.
Nas redes sociais, Sergio Moro afirmou que fará um pronunciamento sobre o caso. "Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado", disse.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, também comentou sobre a operação e confirmou que entre as vítimas estão um senador e um promotor de Justiça. "Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho", escreveu.
Outro alvo do grupo era Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo, devido às investigações comandadas por ele.
De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, um comandante de Polícia Militar também era alvo dos atentados. "Era um ataque nacional", disse Dino em resposta a mensagens enviadas pelo blog.
Durante a operação, a PF encontrou um cofre com dinheiro e documentos, além de apreender uma motocicleta e o carro.