Metrô Sé, em São PauloRovena Rosa/Agência Brasil
A categoria deflagrou greve nesta quinta-feira (23) para reivindicar o pagamento da Participação nos Resultados dos últimos três anos e soluções para problemas de falta de funcionários e de investimentos.
Diariamente, cerca de 3 milhões de pessoas circulam pelas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e o monotrilho linha 15-Prata, que são operadas pelo Metrô.
De acordo com Narciso Fernandes, diretor do sindicato, a operação deverá ser normalizada por volta das 10h30, tendo em vista os deslocamentos dos metroviários para os postos de trabalho.
“Estávamos desde ontem tentando essa negociação com o governo”, apontou Fernandes. Ele destaca que a categoria topou manter a operação com a catraca liberada, como forma de protesto, mas o Metrô não aceitou de imediato a proposta.
O Metrô não retornou aos questionamentos da Agência Brasil sobre a liberação das catracas.
Em nota anterior, a companhia disse que não “há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa”. “Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019”, diz o texto.
A companhia informou que acionará seu plano de contingência para garantir o funcionamento mínimo do sistema.
Deslocamentos
Em poucos minutos, a reportagem da Agência Brasil identificou pelo menos quatro pessoas que não sabiam da paralisação. O analista de contas Robson Santos Araújo foi um dos passageiros surpreendidos. Ele comentou que, todos os dias, o trajeto para o trabalho começa ali e termina na estação Brigadeiro, na Avenida Paulista. Além da linha Vermelha-3, ele passa pela linha Amarela-4.
A fonoaudióloga Natália Rodrigues trabalha no bairro da Lapa. “Pego a linha Vermelha-3 do metrô e, em seguida, o trem Lapa para chegar”.
No entorno da estação, por volta das 8h, o fluxo de passageiros era pequeno, sem grandes filas.
Liberação de catracas
“Segundo a juíza relatora da decisão Eliane Aparecida da Silva Pedroso, dessa forma não ocorre diminuição da oferta dos serviços de transporte à comunidade, diferentemente do que foi proposto pelo sindicato patronal. Na opinião da magistrada, greve é um incômodo e tem o objetivo de mobilizar a sociedade em torno das exigências e necessidades de uma coletividade”, afirma comunicado do TRT.
Linhas de ônibus
Linhas concedidas
Em nota, o Metrô confirmou que o sindicato dos metroviários foi comunicado da liberação das catracas, "de forma a não prejudicar ainda mais a população que depende do transporte". A companhia colocou como condição que isso seria feito desde que houvesse o retorno imediato de 100% dos funcionários da operação e manutenção, "para garantir a segurança dos passageiros". De acordo com o governo, "a liberação deve gerar prejuízo dificultando ainda a saúde financeira da empresa".
O Metrô alega que "tentou todas as formas de negociação, inclusive com a concessão de benefícios como o pagamento de progressões salariais. A empresa também cumpre integralmente com o acordo coletivo de trabalho e as leis trabalhistas".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.