Falso médico preso em Fortaleza ostentava nas redes sociais com viagens, carros importados e na companhia de artistas Reprodução

Fortaleza - O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, 36 anos, preso em Fortaleza por exercer de forma ilegal a medicina, ostentava uma vida de luxo nas redes sociais com viagens, passeios de helicóptero, jato particular, carros importados, fazendas, na companhia de artistas e imagens com armas.

Ele foi preso no dia 17 de fevereiro em um prédio da área nobre da capital cearense por exercício ilegal da medicina, além de ser investigado por estelionato e falsidade ideológica e de documentos, já que tentou validar um falso diploma.

Com 22 mil seguidores no Instagram, Thiago Reges se descrevia como médico e criador de quarto de milha, uma raça de cavalo originária dos Estados Unidos, com alto valor comercial.

Além disso, ele também compartilhava com os seguidores a sua falsa atuação nos hospitais em que trabalhava. Nas legendas, que em sua maioria eram de frases motivacionais, ele falava sobre o orgulho da profissão.

Em 2016, o falso médico chegou a concorrer como candidato a vereador em Fortaleza, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), no entanto, após receber, apenas, 123 votos não foi eleito.

Condenação por exploração sexual
Em julho de 2013, o suspeito foi um dos alvos da "Operação Delivery", que investigou uma rede de prostituição e exploração sexual envolvendo mulheres maiores e menores de idade em Rio Branco, no Acre.

Na época, Thiago Reges foi condenado junto de outros 14 denunciados a cinco anos e nove meses de reclusão, de forma concreta e definitiva, em regime semi-aberto. Na decisão, o juiz concedeu ao criminoso o direito de recorrer em liberdade.

"Trechos de interceptações telefônicas demonstraram que os agenciadores também se inter-relacionavam, fazendo o intercâmbio de 'garotas de programa', auxiliando-se mutuamente, empregando a mesma estratégia de aliciamento, oferecendo garotas para a realização de programas sexuais a clientes comuns e até praticando o tráfico internacional", informou a Justiça na época.
Posicionamento do acusado
"Quero reiterar meu compromisso com a justiça, pois acredito nela e serei inocentado de tudo aquilo que proferiram. Fui vítima de extorsão na faculdade da Bolívia para eles terem que confirmar formação para o CREMEC. O CREMEC anulou meu conselho ilegalmente, sem me ouvir, sem minha prévia defesa, sem a ampla defesa e o contraditório. Apenas por um e-mail, a comissão revalidadora CCS da UECE já tinha confirmado minha formação em 2017, antes de me obrigar a fazer a complementação de estudos com mais de 5 mil horas, então, existe toda a verdade por trás que a mídia nem as pessoas não conhecem.

“Quando fui cassado na surdina, imediatamente entrei na justiça Federal alegando toda a verdade. Já existe um processo que está em grau de recurso, desde quando me tomaram meu concelho, então, esse inquérito nunca era para ter existido, tanto é que fazem 4 meses e não enviaram nada para o magistrado pois foi completamente uma armação que fizeram contra minha pessoa, procurarei este jornal pois tenho todo material para provar minha formação, documentos, conversas, diálogos , vídeos de autoridades na Bolívia."