Policiais carregando homem amarrado na UPA Reprodução

São Paulo - O desembargador Edison Tetsuzo Namba, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), negou o pedido de liberdade do homem negro amarrado por policiais militares em São Paulo (SP). A decisão foi proferida na tarde deste sábado (10) após a defesa alegar não haver motivos para a manutenção da prisão.
Tetsuzo Namba disse que o suspeito apresenta risco à sociedade e de reincidência no crime. O homem foi preso após roubar duas caixas de bombons de um supermercado.
“A conversão do flagrante em prisão preventiva se faz necessária a fim de se evitar a reiteração delitiva, eis que em liberdade já demonstrou concretamente que continuará a delinquir, o que evidencia que medidas cautelares diversas da prisão não serão suficientes para afastá-lo da prática criminosa e confirma o perigo gerado pelo estado de liberdade do autuado”
O desembargador ressaltou que o suspeito não tem residência fixa e nem atividade remunerada. Ele disse ainda que a ação de policiais demanda de provas e, por isso, necessitaria de mais tempo para análise.
Relembre o caso
Os PMs afirmaram que estavam patrulhando a Avenida Conselheiro Rodrigues Alves por volta das 23h50 de domingo (4) quando foram abordados por uma mulher que indicou uma movimentação suspeita em um mercado da região.
No estabelecimento, um funcionário informou aos policiais que pessoas haviam entrado na loja e realizado um assalto, levando diversos produtos.
Segundo os PMs, o homem confessou o furto no mercado. Os policiais ordenaram que o suspeito se sentasse, mas ele os ignorou. Os agentes afirmaram que o homem estava agitado e que foi necessário pedir reforço, totalizando quatro homens para contê-lo.
Eles ainda relataram que o suspeito resistiu mesmo depois de algemado, o que levou à utilização de uma corda para amarrar seus pés. Segundo o boletim de ocorrência, os policiais disseram que o homem ameaçou se levantar e fugir.
Imobilizado e amarrado, o suspeito foi levado pelos policiais para a UPA Vila Mariana. A cena foi registrada por uma testemunha e divulgada nas redes sociais. A PM informou que não compactua com o ato e abriu um inquérito para investigar a ação dos policiais.