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No Dia Nacional do Diabetes, saiba o que é mito e o que é verdade sobre a doença
Brasil é o 6º país em incidência de diabetes no mundo
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o 6° país em incidência de diabetes no mundo, e até 2045 a estimativa de casos pode chegar em 23,2 milhões. Apesar do diabetes atingir 6,9% da população brasileira, a desinformação e os maus hábitos de vida contribuem para a descompensação glicêmica e o aumento de incidência da condição.
As complicações, como as doenças renais e cardiovasculares, são consequências das altas taxas de açúcar no sangue. Por isso, em prol do dia Nacional do Diabetes, o endocrinologista e metabologista Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), esclarece oito mitos e verdades sobre a doença.
Pré-diabetes e diabetes são iguais
Mito – O diabetes é um grupo de doenças que resultam no alto índice de açúcar no sangue. Isso acontece quando o hormônio insulina, que regula a glicose e garante energia para o nosso organismo, passa a ser produzido em quantidade insuficiente pelo pâncreas ou se torna incapaz de produzir seu efeito2. Em alguns casos, quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, entre 140 e 199 mg/dL na medição da glicemia pós-prandial (cerca de 2 horas após a refeição) , mas ainda não o suficiente para caracterizar o diabetes, pode ser diagnosticado como pré-diabetes. Ou seja, este é um sinal de alerta para a doença.
Existe mais de um tipo de diabetes e o tipo 2 não é uma evolução do tipo 1.
Verdade – Apesar de serem ambos diabetes mellitus, DM1 e DM2 são causados por fatores diferentes. O DM1 concentra cerca de 5 a 10% de diagnósticos no Brasil2 e é causado por uma falha no sistema imunológico em que anticorpos atacam as células que produzem a insulina. É uma doença crônica não transmissível que aparece geralmente na infância ou adolescência. Já o DM2 é uma doença crônica que influencia a maneira como o organismo absorve o açúcar do sangue, resultando na resistência à insulina, e atinge cerca de 90% da população com diabetes que convive com diabetes4. Além disso, é mais comum em pacientes acima de 45 anos e que fazem parte de outros grupos de risco, como a obesidade, sedentarismo, entre outros.
O diabetes é uma doença que atinge apenas idosos e pessoas que consomem muito açúcar
Mito – Este é um mito popular equivocado que reforça um estereótipo negativo para as pessoas que convivem com a doença. Os fatores de risco mais conhecidos são associados a causas genéticas e a fatores externos, relacionados ao estilo de vida. Pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue, sobrepeso, doenças renais crônicas, diabetes gestacional, síndrome de ovários policísticos, diagnóstico de distúrbios psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, apneia do sono e uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes2 e indicam a necessidade de rastreio da doença.
Por isso, a melhor forma de prevenir o diabetes é a partir de hábitos de vida saudáveis, como a boa alimentação e a prática de exercícios físicos, além do acompanhamento médico para o rastreamento de complicações, que podem aparecer devido ao diabetes descompensado.
Na maioria das vezes, os sintomas do diabetes mellitus 1 e 2 são similares
Verdade – Fome e sede excessiva, boca seca, vontade frequente de urinar, perda de peso sem causa aparente, cansaço excessivo, demora na cicatrização de feridas, tontura e vômitos em alguns casos são alguns dos sintomas que podem caracterizar o diabetes4. Os sinais podem ser similares, mas apenas um médico pode diagnosticar corretamente, por meio de exames clínicos e físicos de rotina, além de indicação de tratamento individualizado.
Existem chás e alimentos que curam o diabetes
Mito – Fala-se muito sobre alimentos que curam o diabetes, entretanto, o diabetes não tem cura. O que pode acontecer em casos da doença do tipo 2 é que a pessoa apresente, durante o tratamento, níveis estáveis de açúcar no sangue, que podem, ser considerados como níveis normais . Para que isso aconteça, é fundamental a adesão ao tratamento e mudanças no estilo de vida, citadas acima.
Pessoas com diabetes são propensas a desenvolver doenças renais e cardiovasculares
Verdade – As chances de pacientes com diabetes apresentarem algum evento cardiovascular é de 2 a 4x maior em comparação aos sem diabetes e 2 em cada 5 pacientes com DM2 irão desenvolver doença renal crônica (DRC) . De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) o diabetes é uma das principais causas de DRC . A estimativa de casos no Brasil é que mais de 12 milhões de pessoas tenham a condição7 e por ser, na maioria dos casos, assintomática nos primeiros estágios, o controle renal, por meio de exame de sangue de rotina e de urina, mostra-se indispensável para as pessoas que já convivem com o diabetes7.
Em alguns casos, é possível atingir a remissão da doença
Verdade – Nos casos do diabetes mellitus tipo 2, existem estudos que confirmam casos de remissão da doença. Porém, perceba que remissão não significa cura. Mesmo com o diabetes controlado, com os índices de açúcar no sangue normais, a pessoa não deixa de ter diabetes. Por isso, ainda assim, é importante seguir com acompanhamento médico, a realização de exames para o acompanhamento glicêmico e adesão do tratamento para o controle da doença.
O diabetes controlado é o fator principal para uma boa qualidade de vida
Verdade – O diabetes é desafiador e requer autocuidado e controle. Complicações como o desenvolvimento da doença renal crônica, podem ser silenciosas e permanecer assintomáticas durante anos . Por isso, é importante, não apenas para pessoas com diabetes, mas, para todas as pessoas manterem um estilo de vida saudável. Ir ao médico, realizar exames de rotina para rastreamento precoce, ter uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos são ações que devem fazer parte do nosso dia a dia. Além disso, é necessário que os profissionais da saúde acompanhem a atualização de novas tecnologias, para que cada vez mais, as novas soluções de tratamentos contribuam para o gerenciamento de uma das mais prevalentes doenças da humanidade como o diabetes
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