Relógio avaliado em 51 mil dólares recebido como presente presidencial por BolsonaroReprodução

A Polícia Federal está aguardando aprovação para uma colaboração internacional que visa obter informações detalhadas sobre a recompra de um relógio Rolex, avaliado em R$ 300 mil, que originalmente pertencia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). A solicitação formal será encaminhada ao FBI, e o advogado Frederick Wassef é o protagonista central dessa transação controversa.
Wassef reconheceu publicamente ter viajado aos Estados Unidos e adquirido o relógio, que um dia fora um presente para Bolsonaro. A transação envolveu um pagamento em dinheiro no montante de US$ 49 mil. Entretanto, o advogado negou qualquer envolvimento em um suposto "operação de resgate" da joia, desmentindo qualquer ação a pedido de um ex-assessor de Bolsonaro.

A PF, com o intuito de esclarecer os detalhes dessa transação, elaborou um conjunto de perguntas específicas a serem direcionadas ao FBI. Entre essas questões, encontram-se indagações sobre a presença de Wassef na joalheria, possíveis acompanhantes, registros de pagamento em dinheiro, uso de cartão de crédito internacional e a origem dos fundos empregados na aquisição.

Essa busca por informações não se limita ao caso do relógio Rolex. A PF planeja estender suas solicitações a outras joalherias envolvidas em transações semelhantes, onde outras joias, incluindo aquelas destinadas ao acervo da República, teriam sido ilegalmente vendidas. Esses itens se relacionam tanto ao ex-presidente Bolsonaro quanto à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O envolvimento do Supremo Tribunal Federal é um componente relevante nesse contexto. O órgão solicitou a quebra do sigilo bancário tanto de Jair Bolsonaro quanto de Michelle Bolsonaro, buscando obter uma visão mais abrangente das transações financeiras associadas ao caso.

A PF acredita que a cooperação com o FBI agilizará as investigações, uma vez que a obtenção de informações diretamente dos locais pertinentes pode ser mais eficaz em comparação à quebra de sigilo bancário nos Estados Unidos. Essa abordagem é vista como uma forma de contornar os desafios inerentes ao processo mais demorado e complexo no sistema financeiro e judicial norte-americano.