Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro durante a presidência de 2018 a 2022Bruno Spada/Agência Câmara

Brasília - O tenente-coronel Mauro Cid irá admitir que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando de Jair Bolsonaro, transferiu clandestinamente o dinheiro para o país e entregou a verba em espécie para o ex-presidente. A informação foi dita pelo advogado de defesa de Cid, Cezar Bittencourt, à revista Veja. Cid, que está preso desde maio, era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.
Na sexta-feira, 11, uma operação conduzida pela Polícia Federal (PF) trouxe à tona novos elementos no caso envolvendo Mauro Cid, seu pai, o general Mauro Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef e o assessor Osmar Crivelatti. A investigação, que ganhou destaque nas últimas semanas, concentra-se em alegações de venda irregular de presentes oficiais e repasse de recursos.

O foco principal da investigação recai sobre a venda de relógios de luxo, que originalmente foram presenteados ao Brasil. Em junho de 2022, Mauro Cid teria vendido dois relógios nos Estados Unidos, obtendo um total de US$ 68 mil. Os valores das vendas teriam sido transferidos para a conta do seu pai, o general Cid, em uma conta no exterior.

Uma tentativa de venda de joias de ouro também surge como ponto de interesse nas apurações. Em dezembro de 2022, um kit de joias foi ilegalmente enviado dos Estados Unidos, país para o qual Bolsonaro e sua comitiva viajaram após o término do mandato presidencial. Essas joias chegaram a ser leiloadas nos Estados Unidos, mas não encontraram interessados.
 
*Com informações do Estadão Conteúdo