Atual comandante-geral, coronel Klepter Rosa GonçalvesReprodução: redes sociais
Publicado 18/08/2023 08:50 | Atualizado 18/08/2023 12:53
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A Polícia Federal (PF) prendeu integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na manhã desta sexta-feira, 18, suspeitos de omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Um deles é o atual comandante-geral, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, preso preventivamente a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ao todo, os agentes cumpriram sete mandados de prisão e cinco de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento das funções públicas, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Operação Incúria é resultado da denúncia que o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, coordenado pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, ofereceu nesta semana ao STF.
O coronel Klepter Rosa foi nomeado oficialmente comandante-geral da PMDF, em 15 de fevereiro. O militar estava interinamente no cargo desde 9 de janeiro, depois do coronel Fábio Augusto Vieira ter sido demitido pelo então interventor na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli.
Na época dos atos, o coronel Fábio Augusto foi um dos oficiais que tiveram prisão determinada pela Justiça. Ele foi detido em 10 de janeiro, mas teve a prisão revogada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, contrariando pedido da PGR.
De acordo com a procuradoria, a cúpula da PM deixou de agir para impedir o vandalismo contra as sedes dos Três Poderes em razão do alinhamento ideológico com os manifestantes golpistas, "teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas".
Todos são acusados pelos crimes de "abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM". O coronel Jorge Eduardo Naime e Major Flávio Silvestre de Alencar já estão presos.
Durante oito meses de investigação a procuradoria descobriu que os policiais trocaram mensagens com teor golpista e difundiram informações falsas antes do 2º turno das eleições presidenciais do ano passado.
A PGR verificou ainda que a PM do DF acompanhava as movimentações no acampamento golpista montado nos arredores do Quartel General do Exército, em Brasília.
Os procuradores têm indícios de que a cúpula da PM infiltrou agentes de inteligência entre os manifestantes para obter informações. Eles teriam plena consciência da magnitude e da gravidade dos planos arquitetados para o dia 8 de janeiro.
As trocas de mensagens e os documentos obtidas pela PGR contrariam a versão apresentada pelos integrantes da cúpula da PM do DF, de que o sistema de inteligência do Distrito Federal falhou ao não avisar a corporação sobre o risco de invasão dos prédios dos Três Poderes. 
São alvos da investigação:
- Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF (preso preventivamente nesta sexta);

- Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante da PMDF, que foi nomeado comandante-geral no dia15 de fevereiro (preso preventivamente nesta sexta);

- Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações, que saiu de licença (já estava preso);

- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, que substituiu Naime no 8 de janeiro (preso preventivamente nesta sexta);

- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF (preso preventivamente nesta sexta);

- Major Flávio Silvestre de Alencar (já preso);

- Tenente Rafael Pereira Martins (preso preventivamente nesta sexta);
*Com informações do Estadão Conteúdo
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