O major preso é suspeito de ter orientado a dissolução da barreira montada no topo da rampa de acesso que faz a ligação entre o Congresso e o Supremo, o que impedia o acesso dos extremistas à Praça dos Três Poderes. Após o bloqueio ser desfeito, os golpistas conseguiram marchar rumo à Corte máxima, devastando o Plenário do STF.
Alencar era subcomandante do 6º batalhão de Polícia Militar do DF, localizado na região da Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.
Ao ser preso em fevereiro, em depoimento aos investigadores, Alencar disse que achou "muito estranho ter sido convocado" para convocar o efetivo no 8 de janeiro, uma vez que, pela sua patente, não é comum que um major atue em manifestações de grande porte.
Ele justificou a retirada de policiais dizendo que recebeu a informação de que Josiel Pereira César, ajudante de ordens comandante-geral, além do próprio comandante, estavam presos pelos golpistas.
Os agentes ainda cumprem quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. As medidas foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator das investigações.
Inicialmente, a PF divulgou que a ofensiva buscava cumprir duas ordens de prisão preventiva. Em seguida, a corporação retificou a informação, apontando que somente cumpria um mandado de prisão.
"As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas", disse a Polícia Federal.
A 12ª etapa ostensiva da investigação apura crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Entre os alvos, estavam empresários, produtores rurais e CACs (colecionadores de armas, atiradores ou caçadores esportivos). De acordo com a PF, a Justiça determinou o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões. Esse montante pode ser usado, em caso de condenação, para cobrir os danos ao patrimônio público e ressarcir o Estado.
Em fases anteriores da Lesa Pátria, a Justiça também determinou bloqueios financeiros de outros supostos envolvidos nas ações. Ainda de acordo com a corporação, nas etapas anteriores da ação foram cumpridos 64 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária, 174 mandados de busca e apreensão e 17 instaurações de inquérito policial.
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