Intensidade dos fenômenos está ligada ao El Niño, que tem causado transtornos em todo o paísDivulgação: Defesa Civil

Ao menos quatro pessoas morreram no Rio Grande do Sul e outras três em Santa Catarina, em razão dos impactos provocados pelas fortes chuvas. Ainda há dois desaparecidos no RS e um no litoral catarinense. Ambos os governos trabalham para contabilizar os danos provocados, assim como prestar auxílio aos moradores afetados pelo temporal.

Nos últimos meses, a Região Sul tem enfrentado extremos climáticos, como chuvas e ciclones. A intensidade dos fenômenos está ligada ao El Niño, que tem causado transtornos em todo o país, como a seca histórica no Amazonas, as queimadas na floresta e no Pantanal e a onda de calor recorde no Centro-Sul do país.

No Rio Grande do Sul, duas mulheres morreram na cidade de Gramado, após serem soterradas na residência onde moravam. Neste domingo, 19, foi encontrado o corpo de Luis Antônio Martins, que teve o carro arrastado pela correnteza ao transitar por uma estada estadual em Vila Flores.
A outra vítima é Tatiane Panizato, cujo veículo caiu um rio ao passar por uma ponte em Coqueiro do Sul. As duas pessoas que estão desaparecidas são um homem e uma criança de 2 anos que estavam com ela no veículo.
Pelo menos 31 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no estado e mais de 1.600 tiveram que deixar suas casas. De acordo com o balanço da noite de sábado, 18, eram 45 municípios com registros de eventos adversos no sábado. Em setembro, a passagem de ciclone extratropical deixou 51 mortos no interior gaúcho.

Em Santa Catarina, o número de mortos subiu para três. Duas mulheres morreram no município de Taió, na quinta-feira, 16, e um homem em Palmitos também foi localizado sem vida na noite de sexta-feira, 17. Uma pessoa está desaparecida em Praia Grande.

No estado catarinense, desde 14 de novembro, mais de 60 municípios registraram ocorrências relacionadas com fortes chuvas, temporais, inundações, vendavais, alagamentos, granizo e enxurradas.

Rio Grande do Sul

As fortes chuvas entre sexta e a madrugada de sábado, fizeram com que o Rio Taquari, no município de Lajeado, ultrapassasse a cota de inundação. O nível da água subiu 44 centímetros em apenas uma hora, chegando a 23,92m.

Ainda de acordo com o balanço estadual, mais de 31 mil pessoas foram afetadas, com 399 desabrigados e 1.665 desalojados. Entre os municípios afetados, estão Alegrete, Giruá, São Borja e Vila Nova do Sul, que receberam nas últimas 24 horas itens de ajuda humanitária.

"A sala de situação do Estado e o centro de operações da Defesa Civil continuam monitorando a evolução hidrometeorológica, especialmente as respostas das bacias com alerta: Taquari, Caí e Jacuí, e toda a extensão do Rio Uruguai", disse a defesa civil do Estado gaúcho.

Santa Catarina

Conforme a Defesa Civil de Santa Catarina, a região Oeste continua sendo a mais impactada. "Mal nos recuperamos da chuva de outubro e infelizmente já fomos atingidos por mais fortes chuvas", disse o governador Jorginho Mello (PL) .

"Estamos em trabalho com todos os órgãos que possam auxiliar a população, reforçando o efetivo nas regiões que foram decretadas situação de emergência, para assim auxiliar ao máximo todos os atingidos", afirmou ele.

Em decorrência das fortes chuvas, 64 municípios estão em situação de emergência, sendo oito em estado de calamidade pública: Rio do Sul, Rio do Oeste, Vidal Ramos, Pouso Redondo, Trombudo Central, Agrolândia, Botuverá e São João Batista.

Os municípios catarinenses que registraram maiores volumes acumulados de chuva nas últimas 72 horas foram: Agrolândia (339 5 mm), Aurora (333.1 mm), Trombudo Central (320.7 mm) e Ituporanga (316.0 mm). Nestas cidades, no período, choveu mais do que o dobro esperado pela climatologia em novembro.
*Com informações do Estadão