Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, nesta sexta-feira (22) em discurso durante um evento de Natal com catadores de papel no estádio Mané Garrincha, em Brasília, que tem dificuldades em aprovar determinados temas no Congresso. O motivo do impasse se deve ao fato do governo não possuir a maioria de parlamentares no Legislativo.
Como um exemplo das dificuldades, o presidente citou o texto do marco temporal. Em 14 de dezembro, o Congresso derrubou o veto de Lula ao tema. Ao todo, o presidente petista tinha vetado 47 trechos da lei aprovada pelos congressistas. Na sessão do dia 14, 41 vetos foram rejeitados e seis mantidos.
A Câmara e Senado haviam aprovado projeto que limita demarcações de terras indígenas às ocupadas por eles até a promulgação da Constituição em outubro de 1988. Foi uma resposta ao julgamento ocorrido em setembro, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a tese.
"Vocês viram o que aconteceu. Foi aprovada a questão do marco temporal. Vocês estão lembrados que já tinha uma decisão da Suprema Corte. Aí, a Câmara aprovou uma coisa totalmente contrária àquilo que o movimento queria, que os indígenas queriam", afirmou o presidente.
"Quando chegou na minha mão, vetei tudo. Mas voltou para o Congresso, e o Congresso derrubou meu veto. Agora, se a gente quiser, a gente vai ter que voltar a brigar na Justiça, porque a gente não tem maioria, apesar de muitas coisas o Congresso ter contribuído para a gente conquistar coisas e avançar", completou Lula.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.