Publicado 25/01/2024 11:52
A operação deflagrada nesta quinta-feira, 25, contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) está sendo criticada pela oposição por, mais uma vez, mirar um parlamentar atuante no Congresso e que é aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação contra o carioca ocorre uma semana depois que outro deputado, Carlos Jordy (PL-RJ), ser alvo da Polícia Federal (PF) para apurar envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro.
O gabinete de Ramagem, na Câmara dos Deputados, foi alvo de mandados de busca e apreensão nas primeiras horas do dia, em uma investigação que apura um grupo criminoso que supostamente atuava dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas através de celulares e tablets sem autorização judicial.
O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, considerou a operação como uma "perseguição por causa do Bolsonaro" e uma "falta de autoridade do Congresso Nacional", em que "Rodrigo Pacheco deveria reagir e tomar providências".
"Isso é pura perseguição e pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro", escreveu.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) considerou como um "total desrespeito ao parlamento". Já o senador Magno Malta (PL-ES) afirma que está havendo uma "perseguição política" contra Ramagem.
"Perseguição política implacável contra Delegado Ramagem e sua família. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará", afirmou.
O deputado federal Gilberto Silva (PL-PB) seguiu na mesma linha e considera que "já estamos na Venezuela". "Pode fechar o Congresso Nacional e entregar a chave ao STF. 594 parlamentares, onde a maioria é covarde e omissa", completou.
"Primeiro foi o Jordy agora é vez do Ramagem. Ambos políticos da oposição, pré-candidatos a prefeito em cidades importantes do estado do RJ. Está óbvio que o sistema dominado por narco-tráfico e corrupção não quer permitir alternativas", escreveu o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).
O deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) diz que a PF "vem sendo utilizada para perseguir opositores do regime", citando os casos de Ramagem e Jordy. "Nesta democracia relativa que vivemos não há dúvidas que em breve teremos parlamentares oposicionistas presos, cassados e sabe-se-lá mais o que pode acontecer", acrescentou.
"Está tendo um excesso de poder. (...) Estamos fazendo um manifesto para que a gente possa barrar algumas atitudes que estão acontecendo com parlamentares principalmente do PL. Acho um ato abusivo o que está acontecendo, os parlamentares têm as suas prerrogativas, está havendo um tipo de perseguição", publicou o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP).
Já o deputado federal Daniel Freitas (PL-SC) citou que a ferramenta supostamente usada para espionar políticos e juízes foi comprada ainda durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e que foi o "próprio Ramagem quem mandou investigar o porquê da compra".
"Estão instrumentalizando todo o aparato do Estado para tentar barrar os candidatos de direita mais fortes. O Congresso Nacional está sendo cuspido e os presidentes das Casas Legislativas seguem inertes", disse.
"Estão instrumentalizando todo o aparato do Estado para tentar barrar os candidatos de direita mais fortes. O Congresso Nacional está sendo cuspido e os presidentes das Casas Legislativas seguem inertes", disse.
Além de Freitas, o deputado Coronel Meira (PL-PE) questionou o motivo do STF autorizar uma operação da PF contra aliados do ex-presidente e deixar de lado uma reação contra André Janones (Avante-MG), que é alvo de uma investigação por corrupção. "Nós, paramentares de oposição, já estamos trabalhando para frear esse autoritarismo", afirmou.
Ramagem ainda não se pronunciou sobre a operação deflagrada nesta quinta. O palarmentar também foi intimado pela Polícia Federal para esclarecer sobre a suposta espionagem ilegal feita enquanto esteve à frente do órgão durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
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