Entrada da favela da RocinhaDivulgação/Prefeitura do Rio

Rio - O Rio de Janeiro recebe, nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), os ministros de Relações Exteriores dos países do G20, grupo formado pelas maiores economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia. Segundo informações do Itamaraty, o lema do G20 este ano é "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”. Os eventos acontecem na Marina da Glória, na Zona Sul da cidade. 
A cada ano, um país diferente é responsável por receber representantes de outros países, organizar as reuniões e pautar as discussões. Em 2024, o compromisso é do Brasil. O evento é uma preparação para a cúpula de líderes do G20, a ser realizada em 18 e 19 de novembro, com preparação para um megaferiado no Rio, e coincide com a crise diplomática entre Brasil e Israel desencadeada pela fala do presidente Lula.
A dengue também ganha destaque na segurança do evento. Nesta quarta-feira, o governador Cláudio Castro decretou que o Estado está passando por uma epidemia.
Na reunião do G20, estão presentes representantes dos 19 países-membro, além de dois blocos econômicos. São eles: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia e União Africana.
"Estado de inação implica diretamente em perdas de vidas inocentes"
No discurso de abertura do G20, o chanceler Mauro Vieira afirmou que "as instituições multilaterais não estão devidamente equipadas para lidar com os desafios atuais", e vivem um "estado de inação", que "implica diretamente em perdas de vidas inocentes".
Sobre o posicionamento do Brasil em relação aos conflitos, o ministro das Relações Exteriores afirmou que já foi apresentado. "Nossas posições sobre os casos ora em discussão no G20, em particular a situação na Ucrânia e na Palestina, são bem conhecidas e foram apresentadas publicamente nos foros apropriados, como o Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia Geral da ONU", disse.
Crise diplomática: Brasil e Israel
No domingo (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pela Alemanha nazista de Adolf Hitler. Segundo ele, não se trata de uma guerra, "mas um genocídio".
"Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual o tamanho da consciência política dessa gente e qual o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio", declarou. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus."
Após a fala de Lula, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que o presidente é considerado uma "persona non grata" no país. 
Na segunda-feira (19), o Ministério das Relações Exteriores informou que o chanceler Mauro Vieira convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para uma reunião na sede do Itamaraty, no Rio. O embaixador deixou o local sem falar com a imprensa. 
Esquema de segurança no Rio
Para a proteção dos ministros de Relações Exteriores dos países do G20, foi montado o maior esquema de segurança desde as Olimpíadas de 2016 no Rio.
A força-tarefa contará com 1,2 mil agentes, homens e mulheres, das polícias Federal e Rodoviária Federal, além de Exército, Marinha, Aeronáutica e Guarda Municipal. As maiores contingências de segurança são reservadas para as comitivas do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e do chanceler da Rússia, Sergei Lavrov. As 40 comitivas estão hospedadas na Zona Sul da cidade. 
Dengue 
O evento possui um plano de segurança para prevenir dengue e covid entre os participantes. Uma das ações da Prefeitura do Rio é colocar repelentes nos banheiros da Marina da Glória, para que tanto autoridades quanto o público possam utilizá-los. Também foi montada uma estrutura de testagem contra as duas doenças. 
O local conta com uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SM), caso algum participante passe mal durante os eventos, além de três ambulâncias: uma do Samu, uma da Prefeitura e uma do Corpo de Bombeiros, que ficarão de prontidão. 
Megaferiado
A Prefeitura do Rio decretou feriados locais nos dias 18 e 19 de novembro, quando ocorrerá a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro. A ideia é unir os feriados desde a Proclamação da República (15), que cai em uma sexta-feira, até a Consciência Negra (20), na quarta-feira da semana seguinte. 
A decisão busca diminuir a circulação de pessoas na cidade para facilitar o deslocamento dos líderes mundiais e de suas comitivas.