Michelle quer incentivar mulheres conservadoras a disputarem as eleições municipaisReprodução: redes sociais
"Nós precisamos, como diz aqui na Bahia, nós precisamos macetar. Mas é macetar a legalização do aborto, macetar a legalização das drogas. Nós vamos macetar essa ideologia de gênero do mal. Vamos macetar tudo aquilo que o inimigo e essa extrema esquerda maldita, que é usada para o mal, querem implantar na nossa sociedade. Nós não aceitamos, mulheres", disse.
O Supremo Tribunal Federal (STF) julga a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal desde 2015. Na última quarta-feira, 6, o julgamento do caso foi suspenso após o ministro Dias Toffoli pedir mais tempo para análise. A Corte também iniciou a votação sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana da gestação. Não há previsão de o tema retornar à pauta do plenário.
Ainda sobre o aborto, em fevereiro, o Ministério da Saúde suspendeu uma nota técnica feita pela pasta com recomendações a respeito da realização de aborto para casos já previstos em lei. A publicação refutava conceitos adotados em um documento anterior do ministério, elaborado sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que dificultava o acesso ao aborto legal.
Críticas a Lula e Janja
A ex-primeira-dama também aproveitou para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alfinetar a atual primeira-dama, Janja. "Claro que algumas nascem com a vocação de viajar. Mas eu nasci com a vocação de trabalhar pelo povo", disse ela, sem citar o nome de Janja.
Michelle acusou Lula de fazer "chacota com uma candidata na Venezuela". A referência é à fala recente de Lula sobre María Corina Machado, opositora de Nicolás Maduro. Ao comentar as eleições no país, o presidente brasileiro colocou em dúvida o comportamento dos opositores e sugeriu que candidatos impedidos de concorrer não deveriam "ficar chorando". Corina Machado está inelegível por 15 anos.
No evento, Michelle contou ter tido "depressão" em 2019, no primeiro ano de governo do marido, Jair Bolsonaro, por não ter conseguido ajudar todas as pessoas que a procuravam pedindo auxílio.
"Eu tive depressão no primeiro ano, porque eu queria, eu achei que fosse chegar e resolver a situação de todo mundo. Mas a gente sabe como é burocrático, como a máquina é lenta. A gente chegando ali, de primeira viagem, e as mães chegavam pra mim: 'Michelle (...), se o meu filho não tomar medicação em 30 dias, ele vai perder o movimento das pernas, ele vai parar de mexer a cabeça'. E nós, que somos mães, nos colocamos no lugar de outras mães e sentimos a dor delas", disse.
Nos eventos que realiza desde o ano passado pelo PL Mulher, a ex-primeira-dama busca incentivar mulheres conservadoras a se organizarem para disputar as eleições municipais de outubro deste ano. "Nós sabemos que muitas acham que não têm aptidão para estar na política partidária, mas muitas aqui são lideranças sociais. E muitas aqui já fazem política", afirmou.
Acompanhada do ex-presidente Jair Bolsonaro, Michelle disse que seu objetivo com o PL Mulher não é o de disputar com os homens da agremiação, e sim de atuar como "ajudadoras".
"Nós queremos fortalecer o movimento feminino partidário, porque nós sabemos que é um ano muito importante, onde nós temos que trabalhar firme, com a nossa presidente estadual Roberta Roma e as nossas presidentes municipais (do PL), para que a gente possa fortalecer e eleger o maior número de mulheres de bem a vereadoras e prefeitas da Bahia", disse.
Em seu discurso, Michelle contou ainda que não gostou da experiência de trabalhar como assessora parlamentar na Câmara dos Deputados. Foi nessa função que ela conheceu Jair Bolsonaro.
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