Campanha visa a promover uma mudança de comportamentoAFP
Dados apresentados pelo ministério indicam que crianças e adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros mais tarde na vida. O mote da campanha é o Dia Mundial Sem Tabaco 2024, lembrado nesta sexta-feira (31) e que, este ano, tem como tema Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco.
“Por meio de linguagem jovem, a campanha visa a promover uma mudança de comportamento, além de proteger as novas gerações dos perigos do uso do tabaco, alertando sobre as táticas da indústria para atrair crianças e adolescentes, com interesse em garantir e ampliar seu mercado consumidor.”
Números
A variação regional foi significativa, com maior experimentação do cigarro eletrônico nas regiões Centro-Oeste (23,7%), Sul (21,0%) e Sudeste (18,4%), ficando menor do que a média nacional o Nordeste (10,8%) e o Norte (12,3%).
Houve ainda aumento dos estudantes de 13 a 17 anos que declararam consumo de cigarros nos 30 dias anteriores à data da pesquisa, com o percentual passando de 5,6% em 2013 para 6,8% em 2019.
Prejuízos
“Mesmo alguns produtos que alegam não conter nicotina podem apresentar a substância em sua composição e suas emissões são nocivas”, ressaltou a pasta. “A nicotina causa dependência e pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, impactando no aprendizado e na saúde mental.”
Ainda de acordo com o ministério, o consumo de tabaco é considerado importante fator de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias e para mais de 20 tipos ou subtipos diferentes de câncer, além de outras condições de saúde classificadas como “debilitantes”.
“Alguns estudos recentes sugerem que o uso de DEFs pode aumentar o risco de doenças cardíacas e distúrbios pulmonares. Além disso, a exposição à nicotina em mulheres grávidas pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral do feto. Já a exposição acidental de crianças aos líquidos dos cigarros eletrônicos representa sérios riscos, pois os dispositivos podem vazar ou as crianças podem engolir o líquido ou as cápsulas.”
Anvisa
A iniciativa busca desmistificar a ideia de que o cigarro eletrônico faz menos mal do que os cigarros tradicionais de tabaco e de que não vicia. Pesquisas já realizadas em nível mundial apontam que os dispositivos eletrônicos de fumar liberam substâncias tóxicas que são cancerígenas ou aumentam o risco de doenças cardíacas e pulmonares. E muitos usuários têm o primeiro contato com o dispositivo precocemente, na adolescência.
“Essa é uma campanha muito relevante e estamos felizes de ter o apoio da OMS nesta ação. Nosso objetivo é conscientizar as pessoas sobre os efeitos do fumo e do uso do cigarro eletrônico. A população precisa estar corretamente informada para evitar os malefícios à saúde que tanto o tabaco quanto esses dispositivos eletrônicos podem causar”, diz o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Um dos vídeos da campanha tem a participação da influencer Manuela Cit, com mais de 1,6 milhão de seguidores do Tiktok (@manuelacit) e 1,4 milhão no Instagram (@manucitdaily). A jovem, de 20 anos, faz um depoimento forte contando sua experiência com o cigarro eletrônico, que começou a usar quando tinha cerca de 12 anos.
Além do material gráfico e de audiovisual divulgado, as unidades de Atenção Primária do município também aderem à campanha desenvolvendo ações de conscientização com os usuários. As atividades visam alertar sobre os malefícios do fumo — incluindo os causados pelos cigarros eletrônicos — e conscientizar a população para a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Entre as atividades desenvolvidas estão palestras, salas de espera, rodas de conversa, ações de saúde bucal, atividades físicas e distribuição de informativos.
Programa de Controle do Tabagismo
A Secretaria Municipal de Saúde oferece assistência para quem quer parar de fumar. O Programa de Controle do Tabagismo atua de forma transversal para promover a saúde da população a partir do estímulo à adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Desde o início do ano, há 1.500 pessoas em tratamento para deixar de fumar na rede municipal de saúde.
O tratamento é oferecido pela Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) e conta com grupos de apoio, consultas individuais com médicos e com enfermeiros, dentistas e outros profissionais da saúde.
Parceria para cidades saudáveis
No ano passado, o Rio foi escolhido — junto a outras 12 cidades de diversos países — para a Aceleradora de Políticas Públicas desenvolvida pela Vital Strategies, uma das organizações que compõem a iniciativa Parceria para Cidades Saudáveis.
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