Para Freire, o crime organizado é um dos grandes responsáveis pela alta de focos de incêndios no paísValter Campanato/Agência Brasil

Para combater os incêndios que assolam o Brasil de forma eficaz, "as penas contra os crimes ambientais precisam ser revistas" afirma diretor da Polícia Federal, Humberto Freire, responsável pelo Meio Ambiente e pela Amazônia, em entrevista à AFP.
O fogo que há semanas se espalha da Amazônia até as regiões de São Paulo e Rio de Janeiro se propaga com facilidade devido a uma seca excepcional, relacionada em parte ao aquecimento global, segundo especialistas.
Mas a sua origem reside principalmente na "ação humana", afirma o governo.
Os incêndios são muitas vezes uma consequência da atividade agrícola e da prática tradicional de queimadas para limpar pastagens ou áreas desmatadas. Esse costume, que em tempos normais só é permitido com autorização prévia, foi formalmente proibido no Brasil neste período de seca.
Mas Freire também aponta para o "crime organizado", que "tenta aproveitar o momento de grande período de estiagem para limpar áreas, para tentar um crime subsequente, porventura, de grilagem daquela terra" queimando vegetação nativa para transformá-la em pastagens.
Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram 61.572 focos de incêndios no Brasil desde o início de setembro, número que supera em muito o total de todo este mês registrado no ano passado (46.498).