Publicado 05/09/2024 12:35
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou nesta quinta-feira (5) o influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, por diversos crimes, incluindo estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e a contravenção penal de promoção de loteria. O humorista foi preso em julho deste ano, em Santa Catarina.
PublicidadeA investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) revelou que Nego Di promoveu rifas digitais sem autorização legal, entre novembro de 2022 e maio de 2024, em suas redes sociais. Segundo o Ministério Público, o influenciador obteve cerca de R$ 2,5 milhões a partir de mais de 300 mil transferências bancárias relacionadas a essas rifas, que ofereciam prêmios em dinheiro e bens.
O promotor de Justiça Flávio Duarte, responsável pela denúncia, destacou que a prática configurou promoção ilegal de loteria. Ele também explicou que, após análise dos materiais apreendidos na Operação Rifa$, como documentos, mídias sociais, celulares, entre outros, foi possível ter uma dimensão exata das infrações penais e dos valores obtidos pelo influenciador e a esposa, Gabriela Sousa.
O influenciador também foi denunciado por estelionato. Conforme a acusação, a partir de dezembro de 2023, Di promoveu, de forma fraudulenta, uma rifa de um Porsche Macan e R$ 150 mil em dinheiro, utilizando vídeos e outras táticas para induzir vítimas ao erro.
O influenciador também foi denunciado por estelionato. Conforme a acusação, a partir de dezembro de 2023, Di promoveu, de forma fraudulenta, uma rifa de um Porsche Macan e R$ 150 mil em dinheiro, utilizando vídeos e outras táticas para induzir vítimas ao erro.
No entanto, antes de concluir a rifa, ele teria transferido o veículo que seria o prêmio principal para terceiros e comprado o próprio número sorteado. Em um vídeo posterior, anunciou um vencedor fictício para encobrir o esquema.
Outra acusação foi a de lavagem de dinheiro. Segundo o documento, o casal teria utilizado os recursos obtidos nas rifas ilícitas para comprar veículos de luxo, imóveis e para outros gastos. Gabriela foi detida à época, mas liberada após pagar fiança de R$ 14 mil.
Documento falso
Outra acusação foi a de lavagem de dinheiro. Segundo o documento, o casal teria utilizado os recursos obtidos nas rifas ilícitas para comprar veículos de luxo, imóveis e para outros gastos. Gabriela foi detida à época, mas liberada após pagar fiança de R$ 14 mil.
Documento falso
O influenciador também foi acusado ainda de uso de documento falso. Em maio deste ano, ele teria publicado um comprovante de transferência bancária no valor de R$ 1 milhão, que na verdade era de apenas R$ 100, em uma campanha para ajudar vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul.
Relembre o caso
Relembre o caso
Nego Di foi preso pela Polícia Civil em Florianópolis, no último domingo (14), por suspeita de estelionato. Ele e seu sócio, Anderson Bonetti, são acusados de lesar pelo menos 370 pessoas por meio de uma loja virtual, "Tadizuera", que operou entre março e julho de 2022. A loja vendia produtos como televisores e aparelhos de ar-condicionado, mas os clientes nunca receberam as mercadorias. A movimentação financeira nas contas ligadas ao influenciador teria superado R$ 5 milhões, segundo a investigação.
Revogação de prisão negada
Revogação de prisão negada
O influenciador teve dois pedidos de revogação da prisão negados. O mais recente foi no última dia 30 de julho. A defesa do influenciador contestou as acusações e lamentou a decisão judicial que negou o pedido de revogação de sua prisão preventiva. Em nota, a defesa afirmou que não há fundamentos jurídicos para a manutenção da prisão e criticou o que chamou de "espetacularização" do caso e os vazamentos de informações em segredo de justiça.
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