Vitória foi morta no fim de fevereiro; suspeito confessou o crimeReprodução

São Paulo - O delegado Fabio Cenachi, em entrevista coletiva nesta terça-feira (18), disse que "estamos diante de um psicopata" ao se referir a Maicol Santos. O investigado confessou, na noite desta segunda-feira (17), ter assassinado a adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, no fim de fevereiro.
Vitória foi encontrada sem roupas e com diversos ferimentos em uma área de mata em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo. Ela estava desaparecida desde 26 de fevereiro.
Além de entendê-lo como um psicopata, o delegado se referiu a ele como "narcisista" e "egoísta" e disse que ele agiu sozinho. As declarações foram dadas no fim da manhã desta terça-feira no Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro).
A adolescente foi morta a facadas, na região do rosto, do peito e do tórax. Segundo o delegado, não houve abuso sexual da vítima.
Também foi falado que o homem tinha uma verdadeira "obsessão" por vitória. Em seu telefone, ele possuía diversas fotos dela. Além disso, tinham cerca de 50 imagens de mulheres com características físicas semelhantes a ela no aparelho.
Ele também tinha um perfil falso nas redes sociais e acompanhava, através dele, a vida da jovem. Havia também fotos no telefone do investigado em que ele segurava diferentes facas, tipo de objeto que foi utilizado no crime.
Ainda segundo o que foi falado na coletiva, o homem nunca teve qualquer tipo de relação com Vitória. O pai da vítima, Carlos Alberto, em entrevista ao telejornal "Primeiro Impacto", do "SBT", disse nunca ter visto o homem e não saber da existência dele até a investigação sobre o crime. 
Maicol foi preso no último dia 8 de março e, desde então, foi investigado. Após ser questionado pela polícia do porquê ter sangue em seu carro, entre outros questionamentos, ele decidiu confessar o crime.
Relembre o caso
O corpo da adolescente, que estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, foi encontrado pela polícia com marcas de violência, cabelo raspado e sem roupas em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, na última quarta-feira (5).
De acordo com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), a jovem tinha ferimentos profundos na garganta. O corpo estava nu e parcialmente esquartejado, sinais indicativos de crueldade. Os braços estavam amarrados com uma fita plástica. Como o corpo pode ter permanecido um certo tempo no local, há também a hipótese de que alguns ferimentos tenham sido causados por animais.

Ela desapareceu no dia 26, após descer do ônibus quando retornava do trabalho para casa. Durante o trajeto, a adolescente relatou "medo" por estar sendo seguida. O pai de Vitória disse à polícia que sempre buscava a filha no ponto de ônibus, mas naquele dia seu carro estava em uma oficina mecânica e ela faria o percurso a pé.

Imagens de câmeras obtidas pela polícia mostram quando Vitória sai do shopping de Cajamar e caminha em direção a um ponto de ônibus. Em mensagens de WhatsApp trocadas com uma amiga, ela conta que há dois rapazes no local e diz que está "com medo". A amiga recomenda que faça fotos deles, mas ela manifesta receio de ser vista tirando a foto.

Em seguida, ela pega o ônibus e informa que um deles também subiu no coletivo. A amiga pergunta se ele a está seguindo e ela responde: "Espero que não". Logo depois ela informa que desembarcou e ele continuou no ônibus, manifestando seu alívio por isso. Testemunhas relataram à polícia terem visto um carro seguindo Vitória, depois que ela desceu do ônibus e caminhava em direção à sua casa.
Maicol Santos foi preso no sábado (8) e passou a ser tido como suspeito por ser dono do veículo que seguiu a jovem.
A polícia tinha pedido a prisão temporária de um segundo suspeito, Daniel Pereira, mas a Justiça negou. Autorizou, no entanto, busca e apreensão em sua residência. O homem é uma espécie de "amigo da família" e possuía imagens do trajeto da vítima em seu celular e também possuía uma foto de Maicol.