Avaliação do governo Lula pelo mercado financeiro foi considerada negativa por 88% dos entrevistadosFabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 19, mostra que 60% do mercado financeiro consideram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será candidato à reeleição em 2026, comparado a um porcentual de 70% que assim pensavam no levantamento anterior, em dezembro.

Se Lula de fato se candidatar, 66% avaliam que não será o favorito a vencer - um porcentual igual ao que se viu no levantamento de dezembro. Para 93% do mercado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é o nome que teria a maior chance de vencer a esquerda em 2026. E 68% dos participantes na pesquisa consideram que o ex-presidente Jair Bolsonaro será preso - em dezembro, eram 55%.

Foram feitas 106 entrevistas junto a fundos de investimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, com coleta por meio de questionários online entre os dias 12 e 17 de março. Participaram gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão.
Reprovação do governo Lula no mercado cai
A avaliação do governo Lula pelo mercado financeiro foi considerada negativa por 88% dos ouvidos em pesquisa Genial/Quaest. O resultado do levantamento anterior, em dezembro, mostrava insatisfação ainda maior, correspondente a 90%.

A avaliação positiva do governo Lula passou de 3% para 4%, entre dezembro e março, enquanto a percepção de que a administração é regular foi de 7% para 8% no mesmo intervalo, aponta a pesquisa.

Para 64%, a alta de preços dos alimentos é o principal motivo para a perda de popularidade de Lula, enquanto 56% consideram ser os equívocos na política econômica e 41%, o aumento de impostos.
Popularidade de Lula preocupa governo
De forma quase unânime, o mercado financeiro considera que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um fator de preocupação para o governo. 99% dos ouvidos apontaram este fator como preocupante para o governo, ante 86% que deram a mesma resposta no levantamento anterior, em dezembro.

Para 80% dos ouvidos, a taxa de juros é outro fator que preocupa o governo - em dezembro, eram 70% os que assim pensavam. E para 76% do mercado, a alta do dólar é outro ponto de preocupação para o governo Lula, enquanto, em dezembro, eram 58% os que avaliavam este fator da mesma forma.
Gleisi Hoffmann 
90% dos participantes consideram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva errou ao nomear Gleisi Hoffmann para o ministério das Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo. Para 5%, a decisão foi um acerto.

O levantamento mostra também que 98% consideram que a reforma ministerial não resolverá os problemas de governabilidade. E 89% a avaliam como um movimento do presidente Lula para defender sua base, e apenas 10% para ampliá-la.

Para 58%, a capacidade de o governo aprovar agenda no Congresso é baixa, em comparação a 39% que assim pensavam em dezembro.