Policiais do Baep fazem gestos associados ao nazismo, em terreno descampado onde outras cruzes de madeira queimamReprodução / Redes sociais

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O perfil oficial do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (9º Baep), unidade de elite da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), publicou nesta terça-feira, 15, um vídeo no Instagram em que policiais aparecem diante de uma cruz em chamas. Nas imagens, os agentes fazem gestos associados ao nazismo, em um terreno descampado onde outras cruzes de madeira também queimam, próximas a viaturas e bandeiras da corporação. A cena remete ainda a rituais da Ku Klux Klan, grupo extremista dos Estados Unidos.
O vídeo mostra um corredor formado por velas, com viaturas ao fundo e uma trilha sonora de tom dramático. Não é informado o local da gravação e, devido à baixa luminosidade, não é possível identificar os participantes.
A PM disse por meio de nota que é uma instituição legalista e repudia toda e qualquer manifestação de intolerância. Informou que assim que tomou conhecimento das imagens, instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso.

"A corporação não compactua com desvios de conduta e reforça que qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada e os envolvidos responsabilizados", diz.
A publicação permaneceu no ar por apenas alguns minutos antes de ser retirada pelo administrador do perfil. Ainda assim, o portal Metrópoles teve acesso ao vídeo, que rapidamente repercutiu nas redes sociais.
Na internet, uma enxurrada de críticas surgiu, especialmente após dados oficiais mostrarem nos últimos dois anos uma crescente onda de casos de violência policial em São Paulo. O governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) não se pronunciou sobre o caso até o momento, nem o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite. 
A deputada federal Tabata Amaral (PSB) escreveu que o vídeo evoca símbolos de ódio, violência e racismo que não podem ser tolerados em uma corporação pública. A parlamentar solicitou à Corregedoria da PM uma investigação sobre o ato. "É urgente punir e reafirmar: supremacismo não tem lugar na democracia."
Já a deputada Erika Hilton (PSOL) questiona: "O que isso significa? A população de São José do Rio Preto está segura? O que significa a cruz pegando fogo? Isso foi uma ameaça da PM a determinado grupo?"