Maioria dos ataques a ônibus ocorreu na Zona Sul de São PauloReprodução/SBT
"Nós identificamos a presença de pessoas de feição jovial em alguns ataques", afirmou Ronaldo Sayeg, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 3, em São Paulo.
Neste momento das investigações, ainda prematuras, está descartada a possível autoria de facções criminosas. "De maneira geral, os ataques do crime organizado trazem um propósito definido", diz Sayeg.
De acordo com os investigadores, já foram registrados 180 ataques de depredação contra o transporte coletivo, 60% deles na zona sul. Já as empresas de ônibus contabilizaram 235 ataques.
A divergência de dados se refere à ausência do registro dos boletins de ocorrência após alguns ataques, de acordo com o delegado Fernando Santiago, titular da 4ª Delegacia de Crimes contra o Patrimônio.
Ação especial contra as depredações
Diante dos ataques, a Polícia Militar decidiu criar uma operação especial de policiamento do transporte coletivo, com cerca de 3600 viaturas e 7800 agentes. A polícia também prepara ações veladas, com agentes infiltrados nos coletivos, para tentar prisões em flagrante.
A situação foi denunciada pela SPURBANUSS nesta terça-feira, 1º, após a entidade levantar o número de casos e enviar ofícios às Secretarias de Estado da Segurança Pública e de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo solicitando "providências para coibir os ataques que estão ocorrendo aos ônibus urbanos, desde meados de junho passado".
- Avenida Cupecê - 20 ataques;
- Rodovia Raposo Tavares - 17 ataques;
- Avenida Sapopemba - 8 ataques;
- Avenida Vereador João de Luca - 8 ataques.
"Iniciamos a operação por meio de mapeamento e análise criminal dos locais de maiores incidências. Começamos a alocar os ativos operacionais para fazer a prevenção e, se for o caso, a repressão imediata", disse o coronel Carlos Henrique Lucena, coordenador operacional da PM.
A operação terá apoio de militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) e outras unidades especializadas da PM. A previsão é de a operação se estenda até 31 de julho.
A polícia também prepara ações veladas, com agentes infiltrados nos coletivos, para tentar prisões em flagrante.
Em boletim de ocorrência da empresa de ônibus Piracicabana, registrado no dia 30 de junho, os motoristas relataram à polícia que os autores dos ataques eram, na maioria, adolescentes. Eles arremessaram pedras para quebrar as janelas.
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