Eduardo Bolsonaro diz que não é mais tempo de moderação políticaPedro França/Agência Senado

"Tenho dentes afiados, pelos e sei rosnar tal qual um lobo", escreveu o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro neste sábado (19), ao afirmar que não é mais tempo de moderação política. Ele publicou uma série de críticas, nas redes sociais, as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e autorizou mandados de busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na publicação, o deputado também mirou aliados que pregam moderação e disse que o momento exige outro postura, já que, segundo ele, conhece bem seus inimigos e sabe que eles interpretaram como "fraqueza".
"Se tivéssemos ouvidos as vozes dos que pregam moderação jamais chegaríamos a este ponto no combate. Não estamos em tempos de paz. Conhecemos os nossos inimigos e por isso sabemos que moderação para eles soa como fraqueza. Eles não têm palavra e nem piedade - hoje mesmo mandaram velhinhas de +70 anos voltarem para a cadeia. Acordos desrespeitados no passado provaram que tratativas futuras jamais seriam honradas. Isso é cristalino!

No entanto, nada está acabado. Sacrifícios ainda virão, mas agora fica claro a todos o caminho a seguir. Peço a confiança de vocês, não sou um irresponsável. Mas assim como meus oponentes eu também tenho dentes afiados, pelos e sei rosnar tal qual um lobo, a diferença é que eu não avançarei em cima de inocentes ovelhas, eu as protegerei", escreveu.
O texto foi acompanhado do caso das idosas Vildete Guardia e Iraci Nagoshi, de 74 e 72 anos, respectivamente, condenadas pelo ataque de 8 de janeiro de 2023. Ambas tiveram a prisão em regime fechado restabelecida pelo ministro Alexandre de Moraes após, segundo ele, descumprirem medidas restritivas. Eduardo chamou o magistrado de "psicopata" ao se referir à decisão.
"Para quem está com pena de Moraes e seus aliados eis uma noticia de hoje, horas antes de @SecRubio [Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA] anunciar a perda de vistos. Você conseguiria olhar nos olhos destas senhoras e mandá-las para a cadeia por golpe de Estado? Que adjetivo se dá a uma pessoa dessa se não psicopata?", escreveu.
Vildete Guardia, 74 anos, e Iraci Nagoshi, 72 anos, participaram dos atos do 8 de janeiro - Reprodução
Vildete Guardia, 74 anos, e Iraci Nagoshi, 72 anos, participaram dos atos do 8 de janeiroReprodução
Vildete e Iraci foram condenadas a 11 e 14 anos de prisão, respectivamente. Segundo os mandados, ambas teriam descumprido regras relacionadas ao uso da tornozeleira eletrônica, como falhas de sinal e saídas não autorizadas da área de inclusão. As defesas alegam que os deslocamentos ocorreram por motivos médicos e estavam devidamente autorizados pela Justiça.
Na segunda-feira (14), Vildete foi reconduzida à Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo. Dois dias depois, na quarta-feira (16), foi expedida nova ordem de prisão contra Iraci, que ainda não havia sido cumprida até a manhã desta sexta-feira.