Paulinho da Força (centro da imagem), ao lado de Aécio Neves (à esquerda) e Michel Temer (à direita)Reprodução / X

O relator do PL da Anistia, Paulinho da Força (Solidariedade) se encontrou com Michel Temer (MDB) e Aécio Neves (PSDB) na noite desta quinta-feira (18) para discutir o projeto que pode beneficiar condenados pela tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No vídeo, Paulinho alega que o país precisa "pensar no futuro" e que sua intenção é "pacificar" o Brasil.
"Esse PL nós queremos discutir para que a gente possa pacificar o Brasil. O país não aguenta mais essa polarização de extrema-direita com extrema-esquerda. O Brasil precisa pensar no futuro, precisa votar projetos importantes".
 
Em resposta à fala de Paulinho, o ex-presidente Michel Temer disse que se trata de uma "oportunidade extraordinária". Ele também insinuou que possui uma espécie de negociação com o Supremo Tribunal Federal.
Os políticos anunciaram uma mudança, a intenção de chamar o então PL da Anistia de PL da Dosimetria para conceder possíveis reduções de penas, e não mais indultos.
"Evidentemente, já conversamos um pouco aqui, de comum acordo com o Supremo Tribunal Federal, com o Executivo, numa espécie de pacto republicano, digamos assim. Especialmente com essa denominação de PL da Dosimetria, portanto, de uma nova dosagem das penas, acho que pode produzir um resultado muito positivo", disse Temer.
O deputado Aécio Neves, por outro lado, reforçou que "a anistia para tentativas de abolir o Estado Democrático de Direito já foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. E como você disse, você não quer colocar o Congresso Nacional em confronto novamente com o Supremo Tribunal Federal".
"Portanto, essa nova nomenclatura de PL da Dosimetria é absolutamente adequada para que nós possamos fazer justiça, permitir que essas pessoas que de alguma forma lateralmente participaram daquele processo possam tocar as suas vidas e o Brasil tocar a sua agenda, porque nós estamos paralisados nesse confronto que só interessa aos dois extremos", seguiu.
Aprovação
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta-feira (17), a urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, com 311 votos a favor e 163 contra. A proposta, de autoria de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), foi interpretada por opositores como uma tentativa de garantir impunidade a Jair Bolsonaro e seus aliados. Já a direita celebrou como um "passo histórico" em defesa da pacificação.