O Círio de Nazaré tem um percurso de 3,6 kmRede Nazaré/Reprodução
Círio de Nazaré leva 2 milhões de devotos às ruas de Belém
Maior celebração religiosa o Brasil é marcada pela fé dos 'promesseiros'
Cerca de 2 milhões de pessoas participam da procissão do Círio de Nazaré na manhã deste domingo, 12. As celebrações do dia começaram às 6h30 com a missa rezada pelo Arcebispo de Belém, dom Júlio Akamine. Às 7h30, após o ato litúrgico, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré saiu em cortejo pelas ruas do centro da capital paraense, em um percurso de 3,6 km.
Um momento da procissão tem especial significado para os fiéis: o atrelamento da corda à berlinda que carrega a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. Para muitos devotos, este é o início do Círio. Cada detalhe do procedimento é cuidadosamente acompanhado por guardas de Nazaré e voluntários, que garantem a segurança da Imagem e das milhares de pessoas que acompanham a procissão.
Ao longo da procissão, é comum ver "promesseiros" — devotos que pagam promessas por graças alcançadas pela intercessão de Nossa Senhora de Nazaré — acompanhando o cortejo de joelhos. Fiéis também distribuem água, toalhas para minimizar o calor, comida e lembranças da padroeira de Belém às pessoas que participam do Círio.
Sadia Maria Souza Lobato, de 68 anos, é um exemplo da devoção por Nossa Senhora de Nazaré. Ela pediu à santa que o sonho da casa própria se tornasse realidade. Após obter a graça, ela cumpre há 15 anos a promessa: distribuir água aos fiéis. A tarefa é realizada por toda a família.
Já Vaneide Silva, de 58 anos, há três anos cumpre o ritual de distribuir 2 mil toalhas aos romeiros, que enfrentam o calor de cerca de 30 graus nesta manhã. Sem explicitar a graça recebida, ela diz que agradece a ajuda de Nossa Senhora de Nazaré em "um momento muito difícil da vida". Ao longo do ano, com o auxílio da família, Vaneide compra as toalhas para a distribuição em 12 de outubro.
A procissão do Círio recebe até mesmo quem não é católico. Um grupo de integrantes da Assembleia de Deus circulava entre os fiéis distribuindo água. Um deles explicou que a ação expressa o respeito e a tolerância entre as religiões. O evangélico destacou que a festa do Círio faz parte da cultura paraense e une a população, independentemente do credo.

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