Ex-funcionários de Gal Costa expõem condições de trabalho: 'Sem comer'

Após a coluna Daniel Nascimento revelar com exclusividade que ex-funcionários de Gal Costa moveram ações que somam mais de R$ 1,1 milhão em direitos trabalhistas contra o espólio da artista, Luciana de Souza e Ed Wilson se abriram sobre a disputa judicial. O casal desabafou sobre os anos de trabalho na casa da cantora, onde enfrentaram diversas adversidades.

Em uma entrevista ao programa "Domingo Espetacular", da Record, os ex-funcionários confirmaram o que já havíamos noticiado, questões como falta de férias e longas horas sem permissão para se alimentar. "Limpar, lavar, passar, passear com os cachorros e cuidar de Gabriel" eram algumas das tarefas diárias de Luciana, que trabalhou na casa de Gal por cinco anos.

A mulher relatou que os pagamentos frequentemente atrasavam e que precisava cobrar a cantora constantemente: "Ela ficava dois meses sem pagar, três meses… ou dava um pouquinho em dinheiro e dava outra parte em cheque", desabafou. Inicialmente, o salário de Luciana era registrado como R$ 2 mil na carteira de trabalho, com a promessa de receber valores adicionais por fora, que não foi cumprida.

Além disso, Luciana e Ed acusam Gal e sua viúva, Wilma Petrillo, de não efetuarem os pagamentos acordados. "Eu fui deixando. Quando fui ver, não tinha [sido paga]", contou Luciana, mencionando que chegou a ficar quase um ano sem receber.

Em um áudio divulgado em primeira mão por este colunista que vos escreve e reproduzido pelo dominical da Record, Wilma reclama de como a máquina de lavar era utilizada e a mesma responde: "Trabalhei na sua casa aí, Wilma, doze horas, dois horários, sem comer nada, e você ainda reclama de mim? Você e Gal Costa?".

A ex-funcionária também relatou que não podiam comer a comida da casa, muitas vezes ficando com fome. Ed, seu marido, contratado inicialmente para faxinas, afirmou que acabou se tornando um "faz-tudo", enquanto o salário ajustado de R$ 4,5 mil de Luciana passou a ser dividido entre os dois.