DONY DE NUCCIOReprodução Instagram
Por O Dia
Publicado 20/06/2021 05:00
Dony De Nuccio é uma daquelas peças raras da televisão. O jornalista - que passou pelo 'Jornal Hoje', 'Fantástico' e o concorrido 'Jornal Nacional' - agora se aventura no entretenimento. Em 2019, ele pediu demissão da Globo e agora acaba de estrear no comando do 'Te Devo Essa Brasil', um reality de reformas do SBT. Reservado quando o assunto é vida pessoal, Dony é casado desde 2016 com Larissa Laibida e o casal não tem filhos. "Por enquanto só temos dois filhos caninos: Rocky (Golden) e Maya (Bernese). Figuraças que dão as caras nas redes sociais. Filhos 'humanos' estão em nossos planos sim, em breve", conta. O apresentador dá um conselho para quem quer crescer na vida: "Nossa história é um filme de longa metragem, não é a foto de um sucesso pontual. É uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Pra crescer é preciso ter pele grossa, aguentar porrada e trabalhar duro. Fiz e faço isso há muito tempo".

Como é para você ser uma aposta no entretenimento do SBT?
Pensa só: eu assistia Silvio Santos e fingia que era apresentador de programa de entretenimento com 8 anos de idade! O SBT foi uma aposta minha desde que eu decidi seguir o caminho da comunicação. E foi uma vida dedicada a ela! Fiquei anos me preparando, para dar conta do recado quando chegasse este momento. Foram quase 30 anos. Ser a aposta do SBT no entretenimento é "a cereja do bolo" nessa trajetória.
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Qual é a maior diferença para você do jornalismo ao vivo para o entretenimento?
No entretenimento o "Dony" que aparece na TV é o mesmo que sou no dia a dia. Poucas pessoas me viam no entretenimento, porque o jornalismo pede uma postura mais séria, então quando você ancora um telejornal ou faz uma reportagem tem de se comportar de acordo com o que a situação pede. Fora da bancada eu sempre fui uma pessoa leve e descontraída. Gosto de me divertir, de brincar com os meus cachorros e de sorrir, e é impossível demonstrar este meu lado lendo notícias. Não tem como fazer graça lendo notícia. Tenho muito carinho pelos anos de jornalismo, mas o entretenimento é menos engessado e muito mais divertido e criativo. Você sente que tem mais liberdade para se expressar.
Você é muito cantado?
Depende em qual karaokê eu vou (risos).
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Pouco se fala sobre a sua vida pessoal. Você é casado, né? Tem filhos? Pensa em ter?
Acho saudável preservar meu relacionamento e minha família. Sou casado, e por enquanto só temos dois filhos caninos: Rocky (Golden) e Maya (Bernese). Figuraças que dão as caras nas redes sociais. Filhos 'humanos' estão em nossos planos sim, em breve.
Como é o Dony empresário e o Dony apresentador? São figuras diferentes?
São parecidos em paixão, dedicação, empenho total e trabalho duro. Mas têm uma dificuldade: dividem a mesma quantidade de horas (risos)! Quem me conhece sabe: tento encaixar 36 horas de trabalho em 24 horas do dia. É como colocar elefantes em um fusca. Acabo fazendo malabarismo e girando vários pratinhos simultaneamente. Desde o colegial tenho 'turno dobrado' (tanto é que fiz duas graduações na faculdade ao mesmo tempo: jornalismo e economia). Não me lembro de trabalhar menos de 12 horas por dia e, ao contrário, me lembro de vários momentos em que trabalhei 16, 18, 20 horas seguidas. E tudo bem: para descansar temos a eternidade!
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No seu programa você conseguiu reunir um casting de primeira linha, bem diferente do que costumamos ver em outras atrações do SBT, Qual é a fórmula?
O programa é de um formato internacional e extraordinário. Segue uma dinâmica muito bacana para a celebridade participante (e para o presenteado, é claro!). É realmente uma oportunidade que poucas pessoas têm na vida: agradecer a quem é muito especial, transformando a gratidão em presente, e dando uma reforma surpresa para quem é tão importante em sua vida. É inédito na TV aberta do Brasil, e após verem a primeira temporada, tenho certeza que ainda muitas outras celebridades ficarão com vontade de participar também! Também entendo que o artista queira mostrar um outro lado dele, o lado pessoa como todos nós, o que se torna um grande atrativo tanto para o público como para a própria celebridade.
Você é muito elogiado por todos que trabalham com você. Me falaram que você é sempre muito disponível, educado, parceiro e sem estrelismo, isso é herança do jornalismo?
De jeito nenhum (risos). Conheci vários jornalistas que desfilavam todo tipo de estrelismo. É uma questão de personalidade: você é assim ou não, você tem um bom relacionamento com as pessoas que estão ao seu lado ou não! Você gosta do que faz e torna o trabalho um prazer, ou simplesmente cumpre tabela. Eu nunca me deslumbrei com fama ou prestígio. Nossa história é um filme de longa metragem, não é a foto de um sucesso pontual. É uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Pra crescer é preciso ter pele grossa, aguentar porrada e trabalhar duro. Fiz e faço isso há muito tempo. É por isso que sou o mesmo no ar ou fora dele. Sempre fui da crença que todos somos substituíveis. Se alguém não está pronto para deixar um cargo, é porque nunca esteve pronto para assumi-lo. E o caráter é mais importante que a fama. A fama é passageira, o caráter não.
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Agora no entretenimento, você está tendo que lidar com o ego das celebridades. É tranquilo pra você?
Estamos em um programa fazendo o bem, dando para as celebridades uma chance rara: a de retribuir com uma reforma a gratidão que têm por alguém muito especial em suas vidas. Neste contexto, não há ego que resista. Para minha alegria, a participação das celebridades têm sido incrível, com mão na massa pra valer, sem frescura e sem estrelismo. E algumas ainda se tornaram grandes amigas.
O que você entendia de obra antes do programa?
Entendia de pagar as obras, não de botar a mão no cimento nem de marretar paredes (risos). Já morei em vários lugares, e em muitos deles tive a "brilhante" (e custosa) ideia de fazer uma "reforminha". Mas confesso que reforma boa, em 3 semanas, nunca tinha visto antes!
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Como você avalia a sua estreia no SBT?
No SBT tive a oportunidade de participar e vencer um reality (o 'BakeOff Celebridades') e agora comandar um reality. Projeto que estreia simultaneamente na TV aberta e fechada. Formato consagrado internacionalmente. É muito melhor do que eu poderia imaginar. E acredito muito que esses são apenas os primeiros passos de uma longa caminhada em parceria com a emissora. Faço uma avaliação que vale para a vida: estou caminhando e conquistando meu espaço, quero fazer uma boa entrega e seguir com bons resultados, tanto para mim como para o SBT.
Como está a sua rotina em tempos de pandemia?
Sinto falta de férias e viagens, mas até pela natureza do trabalho, tenho mantido a rotina - embora com novos protocolos de saúde. Testes semanais, álcool, máscara, essas coisas. Mas sigo tanto com as gravações dos programas na TV e com minhas atividades na produtora que comando.
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Você teve a Covid-19. Quais foram os seus sintomas? E as angústias?
Tive Covid no início da pandemia, em abril de 2020. Tive febre, muito enjoo e dor de cabeça, mas não perda de paladar ou olfato. No décimo dia uma leve falta de ar. Não cheguei a ficar angustiado, mas tomei as medidas adequadas e tive acompanhamento médico para evitar qualquer complicação. Em 15 dias eu estava 100%.
Você é a favor da vacina? Vai se vacinar?
Claro. Sou a favor da vacina e da imunização para a população, e acho que isso acontecerá em poucos meses. Dois mil e vinte e dois será um ano em que toda essa história de pandemia e isolamento social terá ficado no retrovisor. Acredito muito na forte e rápida recuperação da economia brasileira. Aposto nisso como empreendedor e como investidor também.
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Perdeu alguém próximo por conta do coronavírus?
Perdi alguém que considerava um avô, e minha esposa perdeu um primo.
A gente sabe que, nos bastidores da TV Globo, há uma competição muito grande entre os jornalistas. Como você lidou com isso?
Competição é saudável. Ela obriga os participantes a darem o seu melhor. Sempre preferi a meritocracia e tive pavor da estabilidade. Nunca me vi como vitalício em qualquer cargo. Sou da tese de que todos somos substituíveis. E que bom que é assim, afinal o insubstituível é 'impromovível'. Sempre fiz o meu, com todo meu empenho e dedicação, sem olhar para o lado, sempre olhando pra cima. Sem puxar o tapete de ninguém. E foi isso que me fez chegar tão alto, e ocupar os postos mais almejados no telejornalismo.
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Pretende algum dia voltar ao jornalismo?
Já fui repórter, editor, comentarista e âncora. Já trabalhei na TV fechada, TV aberta. Em menos de 8 anos passei de repórter de jornal local a apresentador dos dois maiores telejornais do país ('Jornal Hoje', 'Jornal Nacional') além do Fantástico. O que faltava ser feito como jornalista na TV? Nada. Fiz tudo (e mais um pouco) do que um dia imaginei. Ocupei todas as cadeiras que sonhei um dia. Foi uma jornada extraordinária e gratificante. De muito trabalho e muitas conquistas. Nunca é bom "cuspir para cima". Mas não tenho planos de voltar para o jornalismo na TV.
Você sempre aparece bem vestido e, quem trabalha na sua produção, diz que está sempre cheiroso. Você é vaidoso?
Banho todo dia e perfuminho não fazem mal a ninguém né?! (risos) Mas a produção é generosa. Continuar cheiroso após um dia inteiro de obra e demolição, é quase um milagre.
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Como foi a sua saída da TV Globo?
Foi intensa (risos). Saí com a consciência tranquila e senso de dever cumprido, de "vini, vidi, vici". Sempre me dediquei absurdamente, trabalhei duro pra valer, e fui galgando degraus com o resultado do meu desempenho por lá. Foi assim que tive uma das mais meteóricas carreiras da história do telejornalismo no país. Nunca tive medo de desafio ou do desconhecido. Sair de lá foi apenas mais uma de várias guinadas que dei na vida. E todas valeram a pena. Todas foram o prenúncio de algo maior e melhor. As pessoas de fora criaram uma saída traumática, o que nunca aconteceu. Já estava em meus planos a empreitada do entretenimento, e senti que tinha de ser feito naquele momento, só isso! Tenho certeza de que, como em todos os lugares por onde passei, deixei as portas abertas.
Você faz questão de acompanhar cada etapa do seu programa no SBT, mesmo quando não é necessário. Por que?
Eu sou apenas a parte mais visível de um trabalho de dezenas de profissionais dedicados e apaixonados. O mínimo que posso fazer é acompanhar de perto e contribuir em tudo para garantir que o resultado no ar seja extraordinário. Este sou eu, acho a dedicação fundamental. Também entra o lado jornalista de estar por dentro do que acontece, no programa que eu vou apresentar.
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Qual é o seu defeito?
Tenho vários. Um dos deles é que prefiro ser entrevistador que entrevistado (gargalhadas).
Conta uma coisa que ninguém sabe até agora sobre o Dony. A coluna tem só seis leitores.... Seu segredo vai ficar guardado. Acredite!
Breaking news! (risos) Já que somos só nós seis, vou contar três: 1) Minha comida predileta: palmito. Em qualquer formato e receita. Puro, assado, na pizza, na torta, em qualquer forma. Gosto a ponto de saber de olhos fechados as diferenças de sabor de palmito pupunha, açaí, juçara, babaçu, palmeira real, e por aí vai… (risos). 2) Tenho duas tatuagens, e vontade de fazer várias outras! 3) No começo da carreira, quando me chamavam para eventos, MC e palestras, eu "interpretava" outros nomes para fingir que tinha uma estrutura maior e evitar o constrangimento de negociar valores. Mas era eu mesmo que respondia os emails, como se fosse um "assessor" do Dony (risos). Começo é assim, né… uma equipe de uma pessoa só. Agora, felizmente, já não preciso mais fazer isso.
Você tem alguma mania?
Comer no sofá (e às vezes, já fico por lá para dormir também!).
O que te fez aceitar a proposta do SBT?
Foi um longo namoro. Tive mais de 12 reuniões no SBT. O interesse e a vontade de selar a parceria eram mútuos e de longa data. Mas a oportunidade superou minhas expectativas. Estrear no entretenimento, no comando de um reality show, de formato e sucesso internacional, no horário nobre, e na emissora que eu almejava desde criança? Não tinha como dizer não.
Você já tinha pensado em migrar do jornalismo para o entretenimento?
Muitas vezes. Comecei querendo ir para o entretenimento. O jornalismo é que foi o desvio (bem-vindo) na rota. E serviu pra me preparar e dar bagagem para mergulhar no entretenimento.
Alguma casa te emocionou mais na hora da entrega? Qual?
O que emociona é a história de gratidão em cada entrega. Pensa só quantas pessoas essas celebridades poderiam citar. Os escolhidos realmente são muito especiais e merecem demais. Eu poderia mencionar várias entregas, mas pra não ficar em cima do muro, falo de 5: Marília Mendonça, Maiara e Maraísa (Silvia Colmenero, assessora), Pasquim (a mãe, Sueli), Cafu (Dirceu, amigo dos tempos de jardim Irene), Padre Fabio de Melo (Dona Maria, quase uma "segunda mãe"), e Negra Li (os sobrinhos, filhos do irmão que morreu).
Adonay é seu nome de batismo. Quando surgiu o Dony?
Não me lembro de ser chamado de Adonay em nenhum momento da vida. Já como bebê me contam (porque minha memória é um desastre…rs) que me chamavam de Dony, um derivado de Adonay (é só tirar as letras A). E até por isso me identifico muito mais com Dony: porque foi assim que sempre me chamaram.
Quem você admira na TV e por que?
A TV tem apresentadores extraordinários. Silvio Santos, o maior de todos. Milton Neves, um fenômeno da comunicação. Eliana, Faustão e Serginho, gigantes dos programas semanais. Ratinho, um craque autêntico da comunicação em massa. Thiago Leifert, um fenômeno que, com talento, trabalho e competência, conseguiu fazer a transição do jornalismo (no caso, esportivo) para o entretenimento de forma brilhante.
Como você se vê no futuro?
Trabalhando muito, descansando pouco, e deixando um legado inspirador.
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