Carvalho 'desmontou' Plano de Recuperação Fiscal feito em 2017Paloma Savedra
Por PALOMA SAVEDRA
Publicado 12/08/2019 17:07
Rio - O secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Carvalho, declarou nesta segunda-feira que, ao fim do Regime de Recuperação Fiscal, em 2023, o Estado do Rio terá um estoque de restos a pagar - ou seja, dívidas com fornecedores - de R$ 26,3 bilhões. Carvalho ressaltou que esse número só reforça a necessidade de revisar o plano de recuperação apresentado em 2017 pelo governo fluminense à União, ou então as finanças fluminenses ficarão “insustentáveis”.
O secretário apontou erros na “metodologia de cálculo” no documento apresentado em setembro de 2017 pelo governo anterior à Secretaria do Tesouro Nacional. E que, por isso, houve necessidade de refazer os cálculos.
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O plano entregue pelo governo Pezão indica (ainda está em vigor) que, ao fim do regime, os restos a pagar seriam de R$ 3,3 bilhões. Ou seja, com as novas contas, essa dívida com fornecedores saltou R$ 23 bilhões.
Carvalho deu a declaração durante audiência da CPI da Crise Fiscal na Alerj - presidida pelo deputado Luiz Paulo (PSDB).

O chefe da Fazenda fez ainda uma apresentação de alguns itens da proposta de revisão do Plano de Recuperação Fiscal que o governador Wilson Witzel entregou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em 27 de junho.

Adiamento da dívida com a União

O ponto central do documento trata do adiamento da retomada do pagamento da dívida que o Estado do Rio tem com a União, já que o regime prevê que isso ocorra já em setembro de 2020. Segundo Carvalho, o governo não tem como arcar com esse pagamento já no ano que vem. Vale lembrar que esse débito não está incluído nos restos a pagar.
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Ajuste caiu de R$ 85 bi para 73,2 bi

Com as novas medidas previstas no documento entregue pela nova gestão do Estado do Rio, o ajuste total em seis anos de regime de recuperação (de 2017 a 2023) também mudou. Antes, previa-se um ajuste de R$ 85,8 bilhões, e, agora, a estimativa é de R$ 73,2 bilhões.