Vereador Pedro DuarteDivulgação

O abandono do antigo mercado do Carrefour da Tijuca, localizado na Rua Conde de Bonfim, é um exemplo claro de como a cidade do Rio precisa repensar sua forma de lidar com imóveis ociosos. Desde que foi desativado em 2005, o prédio privado, com seus 3 mil metros quadrados, permanece em ruínas, trazendo insegurança e insalubridade aos moradores do entorno. Esse caso, noticiado mais uma vez pela imprensa na última semana, é emblemático de um problema que afeta tanto imóveis particulares quanto públicos.
Acredito que o melhor caminho para resolver esse tipo de situação esteja em medidas que incentivem a ocupação produtiva desses espaços, e não em soluções que punam proprietários de forma indiscriminada. Não é mais possível apostar em uma política de tributação que onere ainda mais o bolso dos proprietários. Em vez disso, por que não pensar em mecanismos que estimulem o mercado a recuperar esses imóveis de maneira eficiente, beneficiando toda a sociedade?
Sugeri à Prefeitura recentemente que o imóvel do antigo supermercado passe por alienação por hasta pública. Esse mecanismo permite que o imóvel seja transferido a um interessado comprometido com sua renovação e uso adequado, sem custos iniciais para o Poder Público, através de um leilão organizado pelo Poder Executivo. Esse modelo garante que a propriedade seja rapidamente transferida para alguém disposto a utilizá-la de forma produtiva, respeitando as exigências legais e urbanísticas. O valor arrecadado é destinado ao antigo proprietário.
Entre os benefícios, estão: a agilidade na reutilização desses espaços; a redução de gastos públicos ao transferir a responsabilidade financeira para o adquirente; e a contribuição para a revitalização urbana, com impactos positivos para a comunidade e o desenvolvimento regional. É uma alternativa que merece análise e consideração, dado seu potencial para transformar imóveis ociosos em ativos para a cidade, sendo uma solução prática e eficiente.
Já no caso dos imóveis públicos, acredito que o caminho passe por concessões e parcerias público-privadas. Esses imóveis podem ser revitalizados e transformados em escolas, centros culturais, unidades de saúde ou espaços de lazer e, claro, moradia, sempre em diálogo com a comunidade local.
Um exemplo recente que merece destaque é o programa de revitalização no Centro do Rio. Por meio de parcerias, prédios foram transformados em equipamentos culturais e comerciais, trazendo benefícios diretos para a região e para a economia local. Isso mostra que, com vontade política e planejamento, como foi nesse caso, é possível mudar a realidade de áreas degradadas.
Imóveis abandonados não são apenas um problema físico. Simbolizam oportunidades desperdiçadas e desafios que podemos superar com criatividade e diálogo. A integração entre Prefeitura, Câmara Municipal, iniciativa privada e sociedade civil é fundamental para encontrar soluções. Ouvir associações de moradores, comerciantes e outros atores locais é essencial para garantir que as soluções sejam adequadas às necessidades de cada região. Somente com um planejamento urbano eficiente e participativo conseguiremos transformar o Rio em uma cidade mais segura e organizada.