Publicado 19/07/2021 14:36
Após momentos de apreensão e angústia, as buscas à adolescente Gabrielle Hébia, de 13 anos, terminaram com final feliz. Ela foi localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Grabrielle estava sumida desde a noite da última quinta-feira, após sair de casa sem autorização e o conhecimento dos pais, em Itaipuaçu, distrito de Maricá, na Região Metropolitana.
De acordo com familiares, adolescente teria ido ao encontro de uma pessoa que havia conhecido nas redes sociais. Após mobilização na web e divulgação do caso no DIA Online, Gabrielle foi reconhecida pela funcionária de um posto de atendimento, na Baixada Fluminense, quando tentava solicitar a emissão de documentos de identidade com objetivo de seguir para outra cidade.
A motivação e circunstâncias do desaparecimento serão apuradas pela delegacia de Maricá e pelo Conselho Tutelar. Caso haja um suposto aliciador, ele será identificado e prestará depoimento às autoridades policiais. De acordo com a família, Gabrielle não sofreu violência física.
Aliviada, a mãe da menina, Carla Cristina Cavalheiro, de 45 anos, postou uma nota, nas redes sociais, agradecendo a ajuda de diversas pessoas e instituições pela mobilização e buscas para encontrar o paradeiro da filha, que, segundo ela, ficou exposta a iminentes perigos e colocou a vida em risco.
“Não temos palavras para agradecer aos policiais militares que se mobilizaram na busca e nos deram apoio psicológico, até mesmo em horários de folga. À eficiência dos grupos que divulgaram, rapidamente, o desaparecimento, e a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para encontrar a minha filha”, postou, em suas redes sociais. “Tudo indica que ela foi aliciada e correu riscos que poderiam acabar em outros desdobramentos. Que sirva de exemplo para outras meninas”, completou Carla.
Casos de desaparecimentos de adolescentes têm maior número de registros, segundo Ministério Público
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 1.567 desaparecimentos, de janeiro a maio de 2021, no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o sumiço de adolescentes, entre 12 a 17 anos, correspondem a cerca de 30% dos casos registrados.
Especialista alerta sobre rede de aliciadores na Internet
Com o avanço das redes sociais, os relacionamentos virtuais ganharam destaque e, no mundo globalizado, atingem pessoas em todo o mundo. Contudo, apesar das facilidades e criação de leis para coibir crimes cibernéticos, especialista alerta que a Internet ainda é um “campo minado”, que propicia a ação de rede de aliciadores e criminosos.
“Estamos, há 25 anos, atuando no enfretamento e prevenção aos desaparecimentos de crianças e adolescentes. Tem sido recorrente casos envolvendo relações pela internet. Em sua maioria, envolvem adolescentes e jovens, que, após relacionamentos virtuais, marcam encontros e desaparecem. Portanto, fazemos um alerta aos pais para a rede de aliciadores por trás das telas. São criminosos e, geralmente, não demonstram suas reais intenções. O diálogo franco e o acompanhamento contínuo dos pais podem prevenir esses casos”, alerta Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecida da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).
Fragilidades emocionais podem determinar a vulnerabilidade das vítimas
A psicóloga Alessandra Alves Soares credita à Internet apenas o fator facilitador. Com experiência em atendimentos a patologias semelhantes, Soares aponta as instabilidade emocional como gatilho para o aumento da incidência de casos de golpes e aliciamentos nas redes sociais.
“O problema não é a Internet. Os desequilíbrios emocionais e as carências, na maioria dos casos, determinam a vulnerabilidade das vitimas. Os criminosos, que estão por trás das telas, se aproveitam dessas fragilidades. Ainda que não exista uma hegemonia de gênero, as mulheres acabam sendo mais suscetíveis, por conta, sobretudo, das carências afetivas e das relações amorosas idealizadas. Isso ocorre tanto no mundo virtual, quanto no real. Portanto, os filtros de defesa devem partir do fortalecimento emocional, das prevenções e do diálogo”, esclarece a psicóloga.
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