Publicado 21/07/2021 14:55 | Atualizado 21/07/2021 23:56
Familiares e amigos fazem buscas há três dias, para encontrar o paradeiro da servidora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Janeiro (TJRJ) Jaqueline Rose da Silva Ribeiro, de 40 anos, que desapareceu após sair de casa, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, na manhã do último domingo. Ela usava um vestido de cor clara e portava apenas a identidade e o aparelho celular, que foi desligado.
Jaqueline foi vista, pela última vez, embarcando em um carro de aplicativo, em frente de casa, conforme imagens de circuito de câmeras de um condomínio residencial. Segundo a família, a empresa informou que a servidora teria solicitado viagem para Seropédica, na Região Metropolitana. Familiares realizaram buscas no município, mas ainda não encontraram a funcionária pública, que trabalha na 7ª Vara Cível do Tribunal Regional, em Campo Grande.
De acordo com familiares, Jaqueline foi mãe, pela segunda vez, há cerca de 40 dias e pode estar sofrendo um quadro de depressão pós-parto. A servidora nunca havia saído de casa sem avisar, tampouco demonstrou mudança de comportamento. A demora no retorno e a falta de contato levaram a família a registrar o caso na 35ª DP (Campo Grande). Agentes do TJRJ também foram mobilizados e realizam buscas na região.
“Estamos todos mobilizados em busca da Jaqueline. Aparentemente, ela estava bem até a manhã do último domingo, quando, repentinamente, saiu de casa sem avisar. As crianças ficaram comigo. Já realizamos buscas em Campo Grande e até em Seropédica, para onde ela teria ido, mas ainda não conseguimos encontrá-la. Isso nunca havia ocorrido. Acreditamos que ela possa estar em surto devido ao quadro da depressão pós-parto. Pedimos às pessoas, que porventura avistarem alguém com a mesma característica, avisem à polícia ou a família”, disse, emocionado, o marido, Diego Souza Ribeiro, de 33 anos, que também é servidor público.
Informações sobre o paradeiro da servidora pública Jaqueline Rose podem ser repassadas aos telefones do Disque-Denúncia (2253-1177) ou para a 35ª DP (2332-7670), com total sigilo e garantia do anonimato.
Pouco divulgada, depressão pós-parto é uma psicopatologia que requer tratamento médico e apoio da família
Com mais de 20 anos de experiência clínica, a psicóloga Alessandra Alves ressalta que a pouca divulgação sobre depressão pós-parto dá margem a uma abordagem estereotipada da doença, devido, sobretudo, a imagem romantizada que envolvem a gravidez e o puerpério. Segundo Alves, é exigido da mulher uma perfeição no desempenho do papel de mãe, não levando em conta o cansaço físico e mental, a insegurança, a alteração do padrão de sono, a oscilação de humor, dentre outros aspectos que envolvem essa nova etapa de vida.
“A depressão pós-parto pode estar associada à fatores físicos, emocionais, podendo estar ligado também a transtornos psiquiátricos pré-existentes. Entretanto, uma grande parte dos quadros de depressão pós-parto tem como causa o desequilíbrio hormonal que ocorre logo após o término da gestação. Caso a mãe apresente tristeza constante, desinteresse pelo bebê, incapacidade de cuidar de si e da criança, cansaço, sentimento de culpa, é hora de procurar ajuda”, enfatiza a psicóloga.
Psicoterapia e uso de remédios controlados
A psicóloga explica ainda que o tratamento em casos de depressão pós-parto é feito com psicoterapia e, em alguns casos, há necessidade do uso de antidepressivos.
“Vale lembrar que medicamentos devem ser usados somente com orientação médica para que haja o mínimo de interferência na amamentação, avaliando o risco/benéfico. Algumas vezes, o tratamento através da reposição hormonal também precisa ser empregado. Familiares e amigos são peças fundamentais na identificação desses fatores, pois muitas vezes a própria mulher não percebe que está em um quadro depressivo. Sendo assim, cabe aos familiares darem o apoio e incentivá-la a buscar ajuda profissional”, explica Alves.
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