Luna (Juliana Schalch) e sua mãe (Cris Bonna) em cena de 'O Negócio' - Divulgação/HBO
Luna (Juliana Schalch) e sua mãe (Cris Bonna) em cena de 'O Negócio'Divulgação/HBO
Por Gabriel Sobreira

Rio - Forte, audaciosa, corajosa e feminina. É assim que as protagonistas da série 'O Negócio', da HBO, definem a produção que conta a história de quatro mulheres decididas e independentes, que trabalham como garotas de programa de luxo. A produção estreou ontem sua quarta e última temporada, simultaneamente para mais de 50 países.

"Quando começamos a fazer a série, claro que tínhamos alguma percepção que isso poderia acontecer, porque fazíamos HBO. Mas não tínhamos ideia que chegaria a efetivar uma dimensão nesse nível de grandeza", diz Rafaela Mandelli, a Karin da série, que recebe em suas redes sociais mensagens de fãs da Améria Latina, Estados Unidos, Canadá e Europa. "Agrega um valor ao nosso trabalho. As pessoas já pensam na gente e associam a um trabalho de qualidade, reconhecido no mundo todo", gaba-se Aline Jones, a Mia.

NÚMEROS

Foram cinco anos de trabalho, quatro temporadas, 453 diárias, 146 cenas de sexo, 751 personagens, 394 locações, 893 pessoas na produção, 3.883 trocas de roupas. Protagonizada pelas garotas de programa de luxo Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch), Magali (Michelle Batista) e Mia (Aline Jones), 'O Negócio' tem entre seus feitos o fato de ser a primeira série original da HBO Latin America a alcançar quatro temporadas. E agora, como fica a saudade?

"Dá uma supersensação de dever cumprido. São cinco anos de trabalho e nossa equipe é praticamente a mesma. Dá uma saudade. Sou completamente louca pela série. Não sei como vai ser sem ela agora", entrega Rafaela Mandelli, que interpreta Karin.

"É um ciclo que se encerra e muitos outros se abrem. Vamos contar outras histórias. A gente se despediu umas cinquenta vezes. Teve despedida no fim das filmagens, no fim das dublagens, na coletiva, pré-estreia e por aí vai", afirma Aline Jones.

AMIZADE FICA

A união entre as quatro fez com que a amizade ultrapassasse os limites dos estúdios. Ou mesmo das externas.

"Ficamos muito amigas, e a gente se encontra sempre que dá. Claro que temos cada uma a sua rotina, mas frequentamos uma a casa da outra", entrega Aline, aos risos.

Para Michelle Batista, a Magali, essa série foi importante em vários aspectos. Além da amizade, tem a parceria com a direção e com a equipe técnica ao longo dessas temporadas. "Quando penso em dificuldade, me vem à mente as coisas boas que vivi. Foram cinco anos de trabalho dedicado. A primeira dificuldade foi a exposição, foram cenas de sexo. Mas ao mesmo tempo, isso tudo foi tratado com muito respeito, cautela e profissionalismo", derrete-se.

A TRAMA

Nos próximos 11 episódios desta temporada de despedida, Karin lança um livro, tornando pública a sua história. Por conta disso, enfrenta a oposição dos setores mais conservadores da sociedade e luta pelo fim do preconceito contra as prostitutas. Além disso, ela e suas amigas procuram a melhor forma de contar a verdade sobre o real ofício delas para suas respectivas famílias.

"A Luna desde a primeira temporada lida com uma vida dupla: a Luna da família e a Luna garota de programa. Até por causa dessa dualidade, a minha personagem vai ter dificuldade para entender de fato quem é ela de verdade. Para ela, é uma curva dramática de autodescoberta e percepções", avalia Michelle.

SAUDADE E LEGADO

Aline diz que, depois de passar esses anos todos - ela entrou na terceira temporada - gravando cerca de 12 horas por dia durante cinco meses, já sabe o que mais vai sentir falta - além das amigas. "Poder ir para o México, Argentina, Uruguai e todo o glamour que a HBO carregava", confessa, aos risos.

Michelle observa que, ao longo dos anos, as personagens amadureceram e mudaram muito. E, segundo ela, o público tem acompanhado tais mudanças.

"As mulheres estão cada vez mais querendo falar sobre seus papéis na sociedade, discutir seus desejos em casa com maridos e namorados. Não tenho dúvida de que eu também amadureci como atriz. Ganhei experiência profissional, me fez uma mulher mais segura do meu corpo e das minhas decisões", afirma a atriz. "Estamos acabando a série no auge. É bom deixar um gostinho de quero mais", provoca.

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